A IMPORTÂNCIA DA LUZ.

O Sanatória estava em polvorosa! A super lotação havia levado a tal atitude extrema. Tinham que dar alta para um bom número de pacientes que não representassem perigo para a sociedade. Senão a Instituição estaria fadada ao fechamento.

A Secretaria Municipal de Saúde constituiu uma comissão para avaliar o grau de loucura dos pacientes. Em casos toleráveis de loucos mansos, esses seriam liberados para a guarda e proteção de seus familiares. Como tudo, em todas as Prefeituras do Brasi,l é improvisado e a toque de caixa, é claro que a equipe avaliadora não era constituida só de profissionais competentes da área de psiquiatria!

Nossa equipe avaliadora vagueia pelo salão do Manicômio com a missão de enviar para casa o maior número de pacientes, aparentemente normais, que encontrassem...

Bem no meio do salão havia uma velha máquina de costura, daquelas bem antigas, SINGER de pedal, é claro que sem agulha ou linha. Sentada em sua frente, uma senhora até que bem distinta, cabelos penteados, roupas brancas com o emblema do Sanátorio abotoadas. Tudo correto. Com uma outra roupa na máquina, pedalando com furor.

sobre ela, no teto, um outro demente, dependurado em um cano de ferro, de cabeça para baixo, balançava o corpo lentamente...

A equipe de avaliadores aproximaram cheios de esperança. Afinal uma pessoa trabalhando em meio aquele cáos só poderia ser saudável. E lhe perguntaram:

- Boa tarde. O que a Senhora está fazendo?

- Ah! Boa tarde! Como vê, eu sou a costureira daqui e estou costurando...

- Oh! que bom! A senhora costura aqui há muito tempo?

- Filha! Faz tanto tempo que nem lembro mais...

- A senhora costura muito de dia?

- Na verdade, costura mais à noite!

- É. E o que faz o seu amigo aí dependurado de cima da senhora enquanto a senhora costura?!

- E como é que vocês queriam que eu fosse costurar sem LUZ! Dãamm!