Estranhas coincidências
(11/07/10)
Algumas coisas são realmente difíceis de explicar. Coisas que acontecem no dia a dia, pequenos detalhes que poderiam até passar desapercebido, pequenos desejos atendidos, estranhas coincidências realmente difíceis de explicar.
Não sei se acontece com todo mundo, mas minha vida recente está repleta de exemplos: um lugar extremamente concorrido em termos de estacionamento e, como por milagre, uma vaga bem ali esperando.
Ou a mensagem no celular ou no correio eletrônico daquela pessoa que você não vê a tempos, que simplesmente aparece do nada, segundos depois de eu me perguntar que fim levou fulano.
Da música ou do filme que começa a tocar no rádio ou televisão após bater aquela vontade de ouvi-la ou vê-lo.
Do pensamento que parece ter sido compartilhado com a pessoa que está ao seu lado. Ali estou eu perdido em meus devaneios, com mil e um pensamentos aleatoriamente brotando do meu inconsciente e a pessoa dispara uma frase que reflete exatamente o que eu estava pensando naquele exato momento, me levando a perguntar e tentar estabelecer qual foi a conexão, o estímulo em comum, o pensamento fugidio, o lampejo de idéia que levou à elaboração daquela frase específica.
Mas o que realmente me impressiona é a quantidade de vezes que tais “coincidências” ocorrem, não diariamente, mas com uma freqüência tão grande que me deixa intrigado, questionando a mim mesmo sobre minha provável paranormalidade.
Bom, mas não adianta simplesmente desejar. Já tentei por mais de um milhão de vezes desejar acertar os números da loteria, infelizmente sem êxito. Parece que somente funciona com desejos e pensamentos realmente puros e sinceros, seja lá o que isso signifique.
O mais recente exemplo aconteceu hoje: uma certa pessoa me devia uma pequena quantia em dinheiro, AU$ 50,00 pra ser exato. Eu já havia cobrado tal pessoa duas vezes sem obter sucesso e estava encabulado por ter que cobrar uma terceira vez. Mas eu realmente estava precisando do dinheiro.
Hoje pela manhã, eu já estava no carro saindo para comprar algo na cidade, pensando como aqueles cinqüenta dólares ajudariam, quando percebi que esquecera algo em casa. Nada muito importante, que poderia ser postergado, mas vencendo o reflexo preguiçoso do “deixa pra lá, depois eu pego”, resolvi voltar. Deixei o carro ali mesmo, junto ao portão, motor ligado, porta aberta e fui pegar o que havia esquecido.
Elly estava dentro de casa, e como não sou muito bom com o “australianes”, resolvi pedir a ela que me ajudasse a escrever uma mensagem de texto no celular que não fosse ofensiva, mas que fosse dura o bastante para o tal sujeito me pagar o que devia. Rapidamente ela redigiu a mensagem no seu próprio celular e me enviou para que eu pudesse retransmiti-la a partir do meu telefone. Meu telefone bipou acusando o recebimento da mensagem que a Elly me enviara, eu me preparava para retransmiti-la ao dito cujo, quando ouvi alguem abrindo o portão.
Não é que era o tal sujeito? Ele me disse que simplesmente estava passando por ali, viu o carro parado, de porta aberta e se lembrou do dinheiro, pagou, se desculpou e foi-se...
Eu e ela nos entreolhamos, e ela pronunciou a única palavra capaz de definir a situação: WEIRD...
Se eu tivesse saído um minuto mais cedo ou mais tarde, se eu não resolvesse voltar, se não tivesse deixado o carro junto ao portão, se o tal rapaz não estivesse passando por ali...
Simples coincidências? Sorte? Parafraseando meu irmão, resultado de lembranças estrategicamente pinçadas do cotidiano por uma memória seletiva capaz de dar sentido ao aleatório? Talvez sim...
Mas eu prefiro pensar em que é algo mágico, um poder do tipo “X man”, algo sobrenatural. Acrescenta à vida recheio e cobertura, ou em outras palavras, faz com que eu me sinta meio “Wilson”, sabe? Tipo assim... especial...