*** Conto de fadas moderno & digital ***
Conto de fadas Moderno & digital
Rebeca era uma jovem moderna e muito bonita, a vida dela não se diferenciava muito das demais jovens da sua idade, andava sempre arrumada, e todos os sábados antes do seu passeio semanal pelas boates da cidade, ela passava o dia no salão, arrumando, cabelo unhas e pele.
Ela era dona de uma aparência angelical e possuía um cabelo castanho claro liso até a cintura e com um leve ondulado que se estendia um pouco mais, seus olhos eram de um tom acinzentado que poucas pessoas conseguiriam definir sua cor.
Amante do cinema , vivia dividida entre os agitos de sua juventude e o sonho de encontrar um príncipe encantado como aqueles que ela via nos filmes. Em todas as festas que ia era comum os rapazes de sua idade aproximarem-se tentando conquistá-la , porém ela continuava firme em seu propósito de encontrar o príncipe encantado.
Não é de se admirar que ela quisessse não apenas um namorado, mas sim um príncipe, pois desde muito pequena sua mãe adorava lhe contar histórias como a da bela adormecida e a da Rapunzel, o que a mãe dela não lhe contara é que os tempos mudaram, a monarquia já é muito rara, e o cavalo já não é mais um meio de transporte comum.
Um dia ao entrar no MSN sua amiga Aline teclou:
- Beca, vai t 1 festa na casa do Edu
- us pais dele viajaram
- vamu?
- pod c, q horas?
- 22
- qr q algm va t busc?
- ñ do um jeito d ir
- então a gnte c v lá
-bjux
-bjim
Rebeca então , foi logo escolher sua roupa para ir a festa, com a chapinha em mãos, algo que no caso dela nem era preciso, foi dar uma retocada na franja, seus pais sempre preocupados porém dispostos a lhe proporcionar uma juventude sadia, levaram-lhe a festa no horio combinado. Chegando no endereço do Edu , Rebeca ficou tímida, e não quis entrar desacompanhada, mas foi logo enviando um torpedo para a amiga.
-Miga to na porta
Aline entendeu logo do que se tratava, pediu licença ao amigos e foi ao encontro de Rebeca, que ao vê-la, entrou mais confiante. A porta se abriu e enquanto ela observava a animação de todos que ali dançavam, Edu parou por um tempo, e fitou os olhos nela, e naquele momento o relógio já não movia os ponteiros , ele aproximou-se e ....
- Beca você tá linda!
- Brigado
Disse ela assim meio sem jeito, não pelo que ele havia dito, mais pelo modo como ele a olhava.
- Você quer beber alguma coisa?
- um refri
- de cola
- já vou trazer
Ela não queria admitir , mas já fazia um tempo que ela também se sentia atraída por ele, e enquanto ele não vinha pensava:
- Ele é bonitinho
- mas já ficou com Silvia
- Ele já ta na facul, isso é sinal que não é irresponsável
- mas comprou uma moto, o que é uma tremenda imprudência.
Enquanto dialogava com seu próprio pensamento, foi interrompida.
- pronto, ta aqui seu refri
- quer dançar?
Acrescentou ele
- vamos sim
Disse ela
Enquanto os dois dançavam ela pensava
- Dançar? De que adianta dançar, essas musicas soltas? Um aqui outro ali...
- Nem parece o aquelas danças dos filmes, que os casais dançavam agarradinhos e pelo leve transpirar das mãos era possível saber se ele gostava de verdade ou não.
E ele pesava
- Beca, como eu queria que você soubesse o quanto eu gosto você, e quanto tempo eu passei te adimirando...
- Ah! Se você soubesse, que pra mim você não é só pra ficar, e que se você me desse uma chance, eu seria o homem mais feliz do mundo e pra todo mundo o quanto sou apaixonado e que não teria mais ninguém em meus olhos se você apenas me correspondesse.
A festa continuou, e nenhum dos dois admitiu estar apaixonado, ela estava convicta de que ele não era o príncipe encantado que o destino havia guardado para ela, e ele estava certo de que ela não sentia nada por ele.
Nos dias que se seguiram ela continuou a ver seus filmes românticos, e algumas vezes se surpreendeu ao ver o rosto de Edu se transformar no príncipe encantado que acabara de assistir. Ele também não se continha e quase todos os dias pegava sua moto e passava na frente da casa, dela na esperança de vê-la.Algumas vezes Beca estava na varanda conversando com as amigas, mas ele não parava , o simples fato de vê-la ao longe já era suficiente.
Todos já haviam percebido que havia uma química entre eles, e que não havia motivos para ele estar naquela região, a não ser ela, e que quando ela o via seus olhos brilhavam e surgia um suspiro quase contido.
Com o incentivo das amigas beca e Edu começaram a trocar mensagens pelo MSN, e assim tudo ficou mais claro, como eles dois não precisavam temer a reação um do outro começaram a se confessar e no meio de uma das conversas:
- beca já faz algum tempo que eu quria t dzer
- q gosto mto d vc
- + q amigo entende?
Uma pausa acontece, ela não sabe o que responder, mas agradece a Deus por ele não poder ver sua reação. Ela começa a digitar, mas logo acha o texto ruim e apaga. Do outro lado ele começa a ficar aflito, temendo levar um belo fora, pensa que não deveria escrito aquilo, mas que também já não agüentava aquele joguinho e era preciso uma definir aquela situação.
Num ímpeto de coragem ele pede atenção
- Oi
- to aki
- Fiquei surpresa
- não sei o q dizer
Escreve ela
- tudo bem
- desculpa
- vc já deve t alguém
Diz ele
-não
-é que
Diz ela e faz mais uma pausa para pensar
- Meu Deus o que eu vou escrever?
- não sei nem por onde começar
- não foi desse jeito que eu imaginei
-haaaaa
Ela então começa a gritar histerica com o travesseiro na boca, roi as unhas olha pra tela do netbook, senta , levanta, deita na cama,senta de novo, mais um gritinho, contido, liga pra amiga.
- Aline
-oi miga
- o Edu ligou pra mim
- e ai?
- e ai o quê?
- como o quê, o que ele disse ora?
- disse que gostava d mim. Mais que como amiga
- e você?
- eu o quê?
- O que você respondeu? Ora!
- num respondi. Liguei pra você
- pois respondi . Diz logo que você também é caidinha por ele.
- mas eu não sou
- então porque você me ligou toda atrapalhada?
Irritada ela respondeu
- ta amiga tchau, se você não quer ajudar, também não atrapalha.
- você que ta se atrapalhando, querendo fugir do que você mais quer
- tchau
Disse beca e desligou. Resolveu então voltar ao computador só que Edu já estava off-line. Ela pensou mais um pouco e resolveu responder, assim com ele off-line mesmo.
- Edu, eu também sinto algo diferente por vc
- só q nos somos muito diferentes
- não tenhu crteza de q daria cert
Ela queria apagar esse “ não daria certo” porém não tinha mais como voltar atrás.
No dia seguinte Eduardo foi pra faculdade, e passou a tarde terminando um trabalho, não teve tempo de entrar no MSN, Rebeca, por sua vez passou o dia todo on-line, na esperança de que ele se conectar-se. No começo da noite ela já estava cansada de esperar e adormeceu. Ele entrou no MSN e teclou:
- oi
- Beca
- vi sua mensagem agora
- adorei saber que vc tmbm senti algo por mim
- mas ñ entendi pq naum daria certo
- se eu qro e vc tbm?
Alguns instantes e ...
- beca
- pq vc naum respondi
- podemos conversar sobre isso
????
- posso te ligar
????
- Edu acaba de pedir atenção
Rebeca havia adormecido e não podia responder, Edu, depois de ler sua mensagem e ver que existia um fio de esperança estava disposto a não desistir, e lutar agora com todas as forças pra conquista-la, então resolvi ligar. O telefone toca e beca acorda assustada. Ela não sabe o que fazer quando vê que é ele quem está ligando.
- alô
Diz ela enquanto dá uma leve mordidinha no dedo indicador
- Beca?
- sim
- é o Edu
Diz ele como se não soubesse que todo aparelho de celular possui identificador de chamada
- oi
Respondi ela sem saber o que dizer
- passei o dia ocupado, e só vi seu recado agora
- tentei falar com você na net mas você não respondeu, resolvi ligar
- é que eu adormeci
Explica ela
- sabe o que é?
Diz ele meio sem jeito e prossegue
- não entendi porque não dá certo?
- Eu gosto de você de verdade
- e pelo que eu entendi
Nesse momento ele faz uma pausa sem saber se deve ou não continuar seu pensamento. Ela se adianta.
- é que nós somos muito diferentes
- não quero alguém só pra curtir
Ele respondi
- Mas quem disse que eu quero só curtir?
- Vamus fazer assim
- amanhã eu te pego depois da aula e a gente conversa pessoalmente.
- ta bom então
Respondi ela
- beijo
Diz ele
- tchau
Diz ela, que logo começa a ficar apavorada, e ensaiar vários possíveis discursos e comportamentos para utilizar no dia seguinte, afinal ela era uma jovem que gostava muito de sair como as meninas de sua idade, mas jamais havia ficado com alguém, bem, exceto aquela vez, quando ela tinha doze anos, mas isso nem conta, o beijo nem sequer foi de língua.
Ela pensou em ligar pra amiga, mas como conhecia bem o jeito da Aline , resolveu que o melhor seria não ligar pois ela iria acabar lhe deixando ainda mais nervosa. Tentou dormir, mas não conseguiu, tentou terminar os trabalhos escolares, mas Edu não saia do seu pensamento. Ensaiou mais alguns discursos e decidiu tomar banho. Enquanto a água caia, ela tentava lavar seus pensamentos, ligou o som mais isso foi realmente a pior decisão, toda música que tocava a fazia lembrar o que estava acontecendo. O dilema continuou por horas até que finalmente ela consegue dormir.
No dia seguinte, ninguém na escola entendia porque rebeca estava tão calada e distante, Aline como sempre a que mais gostava de desafiar sua amiga perguntou:
- viu passarinho verde?
- não
-O nome do passarinho é eeee duuuuu ardo?
- já disse que não
- confessa logo. Conta as novidades se encontraram? Se beijaram? Conta cruela? Você não é assim, alguma coisa aconteceu.
- já disee que não foi nada.
- você falou com ele ontem?
-falei
- viu então só pode ser isso.
-isso o que?
- ele disse algo que mexeu com você, o que ele disse?
-nada
- nunca vi ninguém falar nada
Diz Aline tentando provocar ainda mais a amiga
- ta bom você venceu
- ele pediu pra vir me pegar hoje na hora da saída
- Ummm.... Vão namorar
- Para Aline eu já estou nervosa e você ainda quer me deixar mais?
O sinal toca
- tchau Beca bom encontro.
Diz Aline enquanto dá uma risadinha discreta. Beca sai nervosa e de longe vê Edu, escorado em sua moto, ela seguem em direção a ele com o coração disparado, e ainda confusa, pois nunca tinha visto príncipe encantado chegar de moto. Enquanto seu pensamento vagueia Edu vai até ela segura seus livros e lhe dá um beijo na testa. Edu amarra seus livros na moto, e ela agora tem certeza que não se trata de um príncipe, pois não consegue ver nenhum glamour e magia nisso, como ela está acostumada a ver nos filmes que assisti.
Edu diz que vai leva-la a um lugar mais calmo pra que eles possam conversar melhor, ela fica um pouco apreensiva mais resolvi ir. Enquanto ele pilota a moto e ela senti o vento bater em seu rosto, ela esqueci do príncipe que sonhou a vida inteira e se apaixona não somente por aquele que á conduz mas também pela sensação de liberdade e medo que acaba de lhe invadir o ser.
Quando ele para ela quase não consegue acreditar, estavam numa praia quase deserta dessas que só se vê em filmes românticos, o final da tarde já se aproximava, e o sol não esquentava como o de costume, mas apenas o necessário para se perceber que ele ainda estava ali, ele tinha um tom alaranjado, e o mar estava com uma cor tom de azul quase mágica como se ninguém jamais tivesse poluído.
Ele chamou ela para molhar os pés na aguá, e quando sentaram a beira do mar pra conversar ele falo:
- Porque você tem tanto medo, há dias em não como direito, não durmo direito, não faço os meus trabalhos com o mesmo desempenho porque não paro de pensar em você, tem hora que eu penso que você também quer, mas ai você foge, e eu não sei mais o que fazer, nenhuma outra garota chama minha atenção, parece que agora só existe você.
Ele falou tudo isso quase sem respirar, assim como quem não quer ser interrompido para não perder a coragem de falar.
- mas....
- eu também gosto de você
Disse ela enquanto ele aproximava o rosto
- nós somos
Nesse momento ela foi interrompida com um beijo, e quase foi possivel ver o balõezinhos em forma de coração explodirem na mente dos dois apaixonados, agora já não haviam mais desculpas, o coração dela já havia se entregue ao dele, ele mostrou pra ela o por do sol, o mar e as estrelas, juntos eles contemplaram o brilho do luar, e com o passar dos dias ela percebeu que ele realmente era seu príncipe encantado. E eles não viveram felizes para sempre , porque no mundo moderno isso não existe, mas tiveram muitos momentos felizes.
Venettia Alves