Ela armou para si mesma.
Na porta da indústria havia uma placa:- Admitimos Moças para Escritório, Solteiras e Não Fumantes. Ela se apresentou e foi admitida. Como havia sido criada obedecendo aos rígidos princípios da família, tudo que ganhasse teria que ser entregue ao seu pai. Este, semanalmente, lhe dava o suficiente para a condução e ela almoçava diariamente em casa, mesmo não residindo tão perto.
Tinha o suficiente para viver, mas nada para luxar. Sempre pensava que um dia sua vida iria melhorar. - Numa tarde de sábado conheceu o dono de um sítio e sócio de grande e conhecida distribuidora de autopeças. Bons Ventos! Pensou. Ele lhe disse que era desquitado e tinha um filho de dez anos. Ela acreditou nele, e se entregou de corpo e alma. No início ele foi maravilhoso, estava sempre ao lado dela. Saiam para passear, jantavar, era muito educado. Eis que logo, algo aconteceu: ela engravidou e ele lhe disse que poderia contar com ele. Daí, Maus Ventos começaram a soprar. Ele quase desapareceu. Mal telefonava para ela, estava sempre viajando. Ela se desesperava, e dias e dias corriam a jato. Certamente teria que abandonar o emprego porque a empresa não aceitava mulher casada muito menos grávida, e se seu pai soubesse do que estava acontecendo, ela sairia de casa a vassouradas. - A idéia de suicídio gruou na sua cabeça. - Três meses haviam se passado. Tentou dar mais um telefonema e nada, ele estava sempre no sítio. Foi até a tal loja para conferir pessoalmente a ausência dele. O sócio disse que pouco aparecia na distribuidora. - Sem saída, foi andando pelas ruas rumo a um viaduto.
No dia seguinte, num cantinho de um jornal popular apareciam em linhas quase não notadas: Encontro com a morte, grávida se atira de viaduto.
Uma observação. Eu soube que a imprensa é proibida de colocar com destaque, e nem em página frontal, notícias assim. Isso pode incentivar pessoas a terem seu nome no jornal, mesmo que seja depois de mortas.
Tinha o suficiente para viver, mas nada para luxar. Sempre pensava que um dia sua vida iria melhorar. - Numa tarde de sábado conheceu o dono de um sítio e sócio de grande e conhecida distribuidora de autopeças. Bons Ventos! Pensou. Ele lhe disse que era desquitado e tinha um filho de dez anos. Ela acreditou nele, e se entregou de corpo e alma. No início ele foi maravilhoso, estava sempre ao lado dela. Saiam para passear, jantavar, era muito educado. Eis que logo, algo aconteceu: ela engravidou e ele lhe disse que poderia contar com ele. Daí, Maus Ventos começaram a soprar. Ele quase desapareceu. Mal telefonava para ela, estava sempre viajando. Ela se desesperava, e dias e dias corriam a jato. Certamente teria que abandonar o emprego porque a empresa não aceitava mulher casada muito menos grávida, e se seu pai soubesse do que estava acontecendo, ela sairia de casa a vassouradas. - A idéia de suicídio gruou na sua cabeça. - Três meses haviam se passado. Tentou dar mais um telefonema e nada, ele estava sempre no sítio. Foi até a tal loja para conferir pessoalmente a ausência dele. O sócio disse que pouco aparecia na distribuidora. - Sem saída, foi andando pelas ruas rumo a um viaduto.
No dia seguinte, num cantinho de um jornal popular apareciam em linhas quase não notadas: Encontro com a morte, grávida se atira de viaduto.
Uma observação. Eu soube que a imprensa é proibida de colocar com destaque, e nem em página frontal, notícias assim. Isso pode incentivar pessoas a terem seu nome no jornal, mesmo que seja depois de mortas.