A oração da borboleta

Ainda no ovo, a borboletinha adorava imaginar como seria sua vida, quando ao mundo chegasse, ela imaginava o perfume das rosas, a beleza das plantas, e o cantorolar dos passaros e tudo que poderia ver e fazer quando saisse dali e batesse suas asas rumo ao horizonte.

O tão esperado dia chegou, finalmente a casca daquele pequeno ovo se rompeu, a borboleta apressou-se em tentar voar, e ficou confusa e com medo quando viu que não possuia asas, e muito menos o colorido. Com dificuldade ela arrastou-se até um espelho d' aguà, e o espanto só aumento, a água refletia um lagarta, sem beleza, sem a liberdade de voar, e naquele momento também já sem nenhuma alegria.

Triste então ela subiu novamente na árvore , e como se quizesse se livrar de toda sua tristeza, começou a balbuciar algumas palavras, assim como quem conversa com Deus, e essas palavras foram tecendo fios que foram lhe envolvendo e em pouco tempo transfoumou-se num casulo resistente.

Cansada a borboleta dormiu, e ao acordar ficou completamente apavorada ao ver que tinha se enrolado toda, e que já não havia mais por onde ela pudesse sair, então ela começou a bater no casulo, e a empurra-lo, sem que houvesse nenhum resultado. Depois de três dias de tentativas frustradas a borboleta resolver pedira a Deus que lhe ajudasse.

" Deus, eu estou cansada, e não sei o que eu fiz para estar aqui, minha mãe sempre disse que eu seria uma borboleta, linda e livre para voar, e hoje eu estou aqui, feia e presa nesse casulo escuro e abafado. Não tenho mais a quem pedir ajuda, e tão pouco tenho forças para tentar mais uma vez, senhor envia um anjo que me ajude a sair deste casulo e me tranformar na bela borboleta que sou. amém."

Os dias foram passando e Deus não atendia as orações da borboleta, ela já não sabia mais o que fizesse os dias iam passando, sem que ela pudesse ver o brilho do sol, nem do luar, triste agora muito mais, pois já não tinha fé, estava certa de que Deus o havia abandonado.

Passadas três semanas de angustia, algo novo começa a surgir, e o casulo começa a se romper, e a borboleta pode enfim contemplar novamente os raios do sol, fraca ela tenta se apoir naquele seu novo corpo que mais parece deformidade. As asas que lhe foram tão sonhadas agora estavam lá, porém elas não lhe faziam voar e ainda lhe dificultavam a caminhada.

Apoiando-se nas suas asas molhadas ela saiu a cambalear, hora pendia para a direita hora para a esquerda, até que o peso das asas foi diminuindo, e elas foram tomando forma e foi começando a ficar perceptivel a beleza das cores, e emfim ela voou.

E não se pode descrever a sensação que ela sentiu quando deu aquele seu primeiro vôou, extasiada ela comtemplava as plantas e os animais ,e os pequenos riachos que se formavam ali perto. Então ela resolveu dar uma parada para admirar a beleza do mundo com mais calma.

Ela então começou a escutar um som, que mais parecia um gemido, e saiu a procurar , quem fazia tal som, e ali caida a sombra de uma árvore ela viu um ser, que não se podia bem dizer o que era, tinha as asas de uma borboleta, mas elas estavam totalmente atrofiadas, e tinha o corpo de uma lagarta, porém lagartas não tem asas.

A borboleta então perguntou o que havia acontecido, e o ser agonizante respondeu, minha mãe disse que eu seria uma borboleta, quando vi eu era penas uma lagarta feia e sem graça, fiquei muito triste, e enquanto eu resmungava minha tristeza fui tecendo fios e me enrosquei neles, quando percebi estava presa em um casulo escuro e não tinha como sair.

Quando minhas forças acabaram, resolvi pedir a Deus que me ajudasse, os primeiros dias Deus não ouviu minhas orações, mas eu continuei orando , até que certo dia um menino que brincava aqui perto, ouviu minhas orações e resolveu me ajudar, com cuidado ele quebrou o casulo para que eu pudesse voar, ou andar.

Infelizmente, não vou poder voar porque ainda tenho um corpo de lagarta, e ele é muito pesado, tão pouco vou poder andar porque minhas asas não se formaram por completo, e jamais secaram o que também as torna muito pesada para meu corpo de lagarta.

A primeira borboleta então ficou muito feliz por Deus não ter atendido suas orações, e entendeu que o que a tornava tão fascinante, era tudo aquilo que ela tinha passado.