Botão
Quando fui morar em Goiás, conheci um cantor chamado Zezinho Barbosa. Zezinho e eu fizemos vários shows em Goiânia e cidades vizinhas: somente violão, voz e contrabaixo. Até que, um dia, conhecemos um saxofonista, e o convidamos para fazer parte do duo, assim, o som ficaria bem mais interessante. Pouco tempo depois, entraram mais três músicos: um baterista, um tecladista e um guitarrista. O som estava cada vez melhor, mais volumoso.
Nessa altura, já tínhamos virado uma banda e, para isso, precisávamos de mais aparelhos. O guitarrista (Botão) nos informou que conhecia um senhor que alugava aparelhos de som — para fins de bailes e shows. Disse-nos que o dono era muito seu amigo, e que poderia até fazer um preço bem mais “acessível”. A aparelhagem era de um senhor já bem de idade, mais conhecido como Sr. Hermes, e gostava de nos acompanhar em noitadas a fora — simplesmente por gostar de música. Mas quem não gostaria de ouvir uma boa música, contudo, ainda, ganhar uma boa verba pelo aluguel da aparelhagem, ainda assistir de “camarote” — a todos os shows!?
Um belo dia, o Sr. Hermes ficou tão entusiasmado com o som da nossa banda, que resolveu subir ao palco para apresentar os músicos, àquela grande plateia. Pegou o microfone e foi até à frente do palco, e começou assim: — “Boa noite, senhoras e senhores!... É com grande orgulho e muita satisfação poder apresentar para todos vocês, os integrantes desta maravilhosa Banda!... Na bateria..... O seu Corró..... No saxofone tenor..... O seu Vilmar Sartori..... Nos teclados..... O seu Armando..... No contrabaixo..... O seu Paulo Costa..... No violão e voz..... O seu Zezinho Barbosa..... E na guitarra...................................... O senhor Botão!”.