Prazer, Denny Wave

Dia lindo de sol, saio para a praia. Não é por nada, mas corpo sarado dá trabalho: é alimentação saudável, exercícios, musculação, muito líquido, uma rotina nada sedentária. Joguei futebol até meus 35 anos, depois, larguei os campos, porque como profissional nunca passei de clubes de segunda divisão, então, insistir para quê?

Gostava de jogar pelo status. Diziam "ele é jogador de futebol", mas nunca viram um jogo meu sequer, segunda divisão não passa na televisão. Mas era legal ouvir aquilo. Dinheiro nunca foi problema, pois herdei uma pequena fortuna de um avô, que me criou depois que meu pai morreu, o suficiente para me transformar num "bom partido" para as moças e mulheres mais atiradas, essas que amam mais o dinheiro do que a si próprias.

Mas mesmo fora dos gramados, não descuidei da forma, outro atrativo para elas. Quem conhece futebol e me conhece diz que eu pareço com o Marcel Desailly, aquele zagueiro negro e elegante, campeão do mundo na zaga da seleção da França em 1998. Agradeço, mas acho que ele é mais bonito.

Solteiro, ainda aos 40 anos, por que quero, me divirto indo daqui para ali, de lá pra cá, sem compromisso com ninguém. Namorada? Claro, mais de uma. Nunca fico sem. Mulher é essencial para o equilíbrio emocional de qualquer homem, desde que não seja extremante consumista e tagarela, que não esteja ao nosso lado só para usufruir o que temos.

Aí vira prostituta, pois que diferença tem aquela que ganha a vida vendendo o corpo, e aquela que vende a alma em troca de uma noite, uma balada, uma roupa cara ou uma noite num apartamento de luxo ou num motel classe A? Ou mesmo aquela que abre mão de sua vida, para viver de conveniência, por pura acomodação, sem coragem para mudar o que acha errado.

E não me venham com puritanismo, pois aquela que trabalha no baixo meretrício, se não se droga, tem muita dignidade, pois às vezes, faz isso para sustentar filhos e, não raramente, um marido falido. E quem, sai com homem rico faz o quê? Pensa em si própria, portanto, dignidade zero.

Mas, mudando de assunto, vou ao encontro de Débora, uma mulher de lábios grossos e que ama beijar. Não liga muito para o que tenho, mas para o que faço. Vive me dando conselhos de como gastar melhor meu dinheiro. Ela atua no mercado financeiro. Paga as contas com cartão de crédito e, às vezes, só para demonstrar poder, banca tudo.

Boa parceira. Dei um anel de ouro a ela, que retribuiu com um terno Armani no Dia dos Namorados. Não temos compromisso, nem somos namorados, mas marcamos um jantar naquela data e estávamos juntos à noite, mas passei o dia com Vânia, uma loira estonteante, ex-mulher de um coronel do Exército, que tem mais lipoaspiração na pele do que os dedos que tenho nas duas mãos. Ela gosta de praia e tem corpo escultural, apesar dos 50 anos. Malha muito e tem por hábito sair com garotões... abaixo de 30 está ótimo para ela. Sou a exceção.

Débora é inteligente e bonita, mora num flat em São Conrado, mas quer ir para a Barra, só para ficar perto de mim, - moro no Recreio dos Bandeirantes, mas não na quadra da praia. Sabe que não sou exclusividade dela e ela também não é minha. Já a flagrei com um carinha aos beijos, num Mitsubishi, enquanto eu descia da moto perto do flat onde ela mora. Democracia: eu não a incomodo, ela não me perturba.

Eu pretendo me casar, mas deixei vários “assuntos pendentes” e só me comprometo com alguém depois que resolver essas questões. São apenas quatro, que já contatei e se mostraram saudosas dos nossos embalos. É, ainda dou um caldo denso e saboroso – elas dizem e quem sou eu para discordar?

Prazer, meu nome é Denny Wave e estou só de onda!

Bevê
Enviado por Bevê em 28/06/2010
Reeditado em 28/06/2010
Código do texto: T2345410