O Balão Amarelo.
Depois de esperar meia hora pela “próxima brisa”, lá se foi meu balão amarelo a experimentar a liberdade de voar. Tinha desenhado uma carinha feliz e preso a ele bailava uma fita azul.
De lá de cima, beijando as nuvens e se requebrando ao sabor do vento, deu bom dia às sementes de dentes de leão, às pipas desafiadoras e brincou de flutuar com urubus graciosos.
Passou por mim tão contente que ao me girar rápido ainda consegui ouvi seu riso, mesmo de longe.
A favor do vento, rodopiou e se encheu de perfumes que eu não conheço.
Viu a Terra com cores e tons que eu não imaginava existir.
Me contou que teve medo, mas foi levado carinhosamente por milhões de mãos a mergulhar num céu que não era de brigadeiro, mas era digno de qualquer autoridade.
Abraçado pelo calor quente de uma tarde de sol, com a claridade que não ofusca nada e sim, torna nítida cada cor e toda forma, quase viu as verdades escondidas por trás das súplicas que subiam aos santos, os quais acenavam e o desejavam “boa viagem!”.
Seguiu seu itinerário, rio e se divertiu com as amizades que fez e com tudo que conheceu e aprendeu.
Mas como um pirulito a aventura teve fim.
Ele voltou. Me contou essas e muitas outras peripécias e me incumbiu de retransmiti-las.
E agora, cá estou eu.
Prazer! Sucursal de quem vive e sabe viver.