COLOCANDO O IRMÃO NA FOGUEIRA

Por vezes é bom ter um irmão muito mais novo, no meu caso, 10 anos mais novo. Podemos jogar nele a culpa de um prato quebrado ou de um leite derramado, por exemplo. A bronca nele é sempre menor, pois é o “queridinho da mamãe”. Sei que isto é um recalque, mas, fazer o que? Este fato aconteceu uns 2 anos atrás, quando ele estava com 8 anos.

Cheguei em casa apressado do futebol. A sede de um refrigerante estava me matando e, quando abro a geladeira, aquele pudim maravilhoso me olhou. Lá da sala, vinha aquele zum-zum-zum, todos lá. Bom, não iria incomodá-los, principalmente porque eles poderiam querer dividir o pudim, ou seja, sobraria menos para mim. Então, maIs do que rapidamente, tratei de devorá-lo.

Ops. O pudim está naquela bendita travessa cara que minha mãe ganhou no casamento. Peguei-a com todo cuidado e coloquei-a sobre o fogão... Téc... O que é “téc”? Foi o barulho da tal travessa, rachando por eu a ter colocado ainda gelada sobre uma das bocas do fogão que alguém usara a pouquíssimo tempo. E agora? Meu Deus... passos vindos da sala, e pela batida dos pés é minha mãe. Vou ser assado na churrasqueira.

--Minha travessa?!? -- minha mãe berrou, entre raivosa e furiosa. -- O que aconteceu com ela?

--Foi o maninho, mãe! -- respondi, mais do que depressa, e sem pensar muito.

Minha mãe parou, pensou um pouquinho e me perguntou:

--Aquele pilantrinha! O que fazemos com ele? Qual é o castigo que você daria?

--Ah! Mãe... sei lá! -- não quis pegar pesado, mas ele sempre aprontava para mim, então, era minha chance. -- que tal cortar a mesada e o vídeo game por um mês? Acho que já é o suficiente.

Resultado da brincadeira.Fiquei quase um mês sem um centavo no bolso e perdi o vídeo game também. Na pressa da resposta, esqueci de ver se o pilantrinha estava em casa.

Lipe Rutes
Enviado por Lipe Rutes em 08/06/2010
Reeditado em 08/06/2010
Código do texto: T2306578