ROMANCE...

Floresta.

O vento balança tudo a sua frente.

O céu azul e claro, nuvens brancas; mais azul que branco.

O sol de final do dia, fraco.

O rio, com as folhas caídas em seu leito, brinca.

Ouço-lhe os passos.

Sandálias arrastando.

O vento sopra em minha direção.

Traz o seu perfume.

Ele chega primeiro.

Seus olhos verdes sorriem

Tenho certeza: os cabelos molhados.

Aroma nada silvestre.

Vestes largas.

O sol em suas costas cria uma aura dourada em volta de seu corpo.

A saia clara e transparente deixa-me ver o contorno de parte do seu corpo;

Quadris; pernas.

Ela - Olá, demorei?

Eu - Bem na hora!

Ela – Mamãe precisou de ajuda, colhi os tomates; dei de comer aos passarinhos, são muitas gaiolas.

Eu – vamos ficar ali. Disse-lhe trazendo-a pelas mãos.

Na pedra mais lisa, na beira do rio, deixamos descansar nossos corpos.

Já sem as sandálias, trocavam caricias, seus pés e o rio.

Ao contato da água, notei-lhe o enrijecimento dos seios; ela, olhando-me sorri.

Sua cabeça pende para meu lado, encostando-se em meu ombro. O aroma nada silvestre agora é mais forte. Cerro os meus olhos, respiro-lhe inteira, aquela floresta tropical, quente, ela tão junta ao meu corpo, apura-me os sentidos; transformando-me, agora, máquina perfeita; tudo em mim funciona melhor. O contato, seu perfume, era mais forte que tudo a nossa volta.

Deixei-me envolver.

Amei como não sabia; naquele momento não consegui compreender, precisei viver o hoje e, entender minha existência juntos.