ilumine-me.

São agora seis da tarde. Já está tarde, já está ficando tarde. Eu olho para mim mesma, e meus olhos já não podem contemplar meu coração tão duro e sujo com medo de se arriscar. Quando a minha alma se acalma, ai eu posso sentir o acalmar, e vejo que alguns olhos estão a me procurar. E vejo que eu estou aqui, não quero mais me esconder de ti. Quando tu olhas para mim, nada posso ocultar. O teu amor me convence todo o meu ser para te entregar. Quando não tenho mais saída. Quando não tenho mais aonde ir. Vejo-te nos momentos de dor, te vejo no sorriso e no amor, te vejo em meus planos, vejo tuas mãos guiando-me. Sinto teu abraço, teu carinho, e não consigo duvidar que esteja aqui. Sinto tuas mãos apertando-se nas minhas. Posso ouvir tuas palavras e tua voz. Vejo-te em cada passo que dou, vejo tuas mãos guiando-me. Será que há uma razão pra duvidar do teu coração bem perto de mim, sinto teu amor.

Como me pude acostumar com algo que não vejo que não sei quem é mais tu me renovas a cada dia.

Num dia frio, nublado, e com muitas neblinas em um dos meus sonhos, resolvi passear, andar nas areias de uma praia deserta, buscando uma solução para os meus problemas, uma nova esperança, algumas soluções, mais como poderei eu sozinha achar solução para algo, então resolvi ir embora daquela praia deserta, daquele lugar, porém estava tudo bem escuro, o tempo estava fechado e a neblina me impedia de enxergar o que estava a minha frente. E querendo eu ir embora daquela praia, comecei a correr e correr mais não achava uma saída para alguma trilha, estrada, ou que eu pudesse ver algum carro, mais só via neblinas e mais neblinas. Dentro daquela escuridão assentei-me naquelas areias molhadas, e ventando muito, comecei a sentir muito frio, pois o vento não era mais vento mais era como se estivessem jorrando águas em toda aquela praia. Então fui girando meu rosto para todos os lados, e comecei a perceber que a praia naquele momento se transformava em uma ilha, e levantei-me daquele lugar e comecei a rodear aquela ilha, mais não conseguia achar a saída, e desesperadamente comecei a ter compulsivos gritos de socorro que diziam: '' ME AJUDEM POR FAVOR, EU PRECISO SAIR DAQUI, EU TENHO QUE VOLTAR. ME DEIXA VOLTAR... ''. Quando parei de gritar cai ao chão, sem forças não conseguia me colocar de pé, não entendia porque aquilo estava acontecendo comigo, mais sabia que os meus gritos tiraram de mim todas as minhas forças. Como eu poderia ter coragem, se não tinha forças? Queria ser corajoso naquele momento me levantar e começar a nadar até achar alguma terra em algum lugar, mais não tinha como me levantar. Como poderia nadar e achar alguma terra se eu não tinha coragem? Queria ser forte para poder levantar e avançar além das minhas forças. Então abri meus olhos bem devagar, e vi uma enorme luz descendo do céu, essa mesma luz que descia do céu, iluminava apenas o meu corpo, e a minha cabeça estava completamente escura, então comecei a novamente ter forças, mas não conseguia gritar, então me levantei e olhei para o céu, ainda com o meu rosto nos assombros da escuridão,andando e andando, parei e disse para mim mesma: '' Como poderei eu sair daqui, sem a ajuda de ninguém? Como eu vou poder voltar para minha casa, minha família, sem ninguém me ajudar? ''. Então comecei a ver que é impossível eu fazer as coisas sozinhas, como posso eu, sem forças, afastada da minha casa, da minha família, morando nas ruas, nos escombros dessa cidade, no escuro das noites, porque fugi de casa por ser rebelde, e não aceitar as consequências da vida, sozinha, indefesa, fraca, frágil, menina, desempregada. Como pode? Não. Não, pode! Comecei a ver que não posso viver sozinha, que preciso de alguém pra me ajudar, mesmo que seja apenas uma pessoa, eu preciso de alguém para me ajudar. Logo em seguida que tive esse pensamento então à luz que apenas iluminava meu corpo, começou então a iluminar a minha cabeça, iluminou a minha mente, mais a luz que iluminava minha face, não era a mesma luz que iluminava meu corpo, era uma luz diferente. A luz que agora estava iluminando a minha face era uma luz mais clara e mais reluzente do que a luz que clareava o meu corpo. E logo em seguida acordei-me daquele sonho assustada, e levantei-me, e quando cai em meus reais sentidos vi que eu me encontrava em uma rua escura, dormindo em um chão gelado, e vi que aquele sonho então me fez ver que não posso viver sozinha. Resolvi voltar para a minha casa, minha família, voltar para minha vida, por mais que eu pense que eu posso tudo com as minhas próprias forças, eu não posso nada sozinha. Vi então que o amor da minha família era fundamental na minha vida e para a minha felicidade. Agora vem a grande conclusão, vocês querem saber quem era a ''pessoa'' que me ajudou nesses momentos e que esteve sempre comigo, mesmo quando eu achava que estava sozinha quem era essa pessoa anônima, que me levou a sonhar com a realidade da minha vida, para que eu pudesse abrir meus olhos? Deus, ele sim, mesmo eu querendo estar sozinha, ou estando sozinha, ele sempre esteve e estará comigo para todo o sempre, ou seja, eu nunca estive só.

Caroline Caldeira
Enviado por Caroline Caldeira em 28/05/2010
Reeditado em 24/06/2010
Código do texto: T2285751