Andava...
...distraído como quem tem medo de nada. Sua vida, vivida. Seu terno, amassado. Suas respostas, curtas. Sua poesia, reta. E, a noite anterior:
- Me serve um uísque.
- E por que faria isso?
- Porque só eu faço você gemer daquele jeito.
- Ah, tá.
A mulher senta-se na mesinha de centro olhando-o: "Você não é mais o mesmo."
- Claro que não. Olha meu RG! - Ri ardilosamente e levanta-se em direção à garrafa.
- Não insulte seu uísque com gelo.
- É, você, em compensação, não mudou nada.
Amam-se como da primeira vez.