O incunábulo

"Depois de receber as moedas de prata, o homem estendeu-lhe o volume, dizendo:

- Tenha cuidado. Esse livro encerra todo o segredo das artes demoníacas. Quem o possuir poderá ser o senhor do mundo, ou se tornar um escravo das forças da escuridão. Use-o com sabedoria.

- Tudo será feito pela glória da Ordem - ele disse, e desapareceu na multidão.

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Séculos se passaram, até que a equipe do arqueólogo Thomas Mantell penetrasse naquela câmara subterrânea. Ao adentrar o recinto sombrio, todos foram tomados por uma sensação indefinível, que se espalhava por todas as fibras de seus corpos, como se uma voz interior lhes dissesse que não deveriam estar ali. Quando a luz das lanternas iluminou o salão, um quadro dantesco e inacreditável se desenrolou diante de seus olhos: dezenas de corpos humanos petrificados, em pé, estavam ao lado de um altar de pedra, onde havia um livro aberto, cheio de estranhas inscrições, e na parede do templo podia-se ler uma frase em grego: "A verdade se revela àquele que a busca".

Uma força maligna parecia emanar de todos os objetos, como se algum tipo de eletricidade estivesse fluindo por aquele ambiente. Mudos de espanto, todos observavam aquela cena, enquanto suas mentes tentavam entender o que havia acontecido com aqueles indivíduos. O que teria ocorrido para que todos eles tivessem perecido daquela maneira, convertendo-se em estátuas sem vida ? Que estranho fenômeno seria aquele ?

De repente, porém, um brilho misterioso surgiu, envolvendo toda a sala, e todos perceberam que a luminosidade provinha daquele livro. Alguns segundos se passaram, e então tudo mergulhou na escuridão. Nenhum daqueles homens suspeitava que tinham despertado aquela poderosa força demoníaca, e ninguém ali sabia que isso lhes custaria a vida..."