Ívis DiSol
Quem sois?
Eu?
Quem és tu?
Sou Homem, Pescador.
Sou Ívis DiLua.
Que fazes cá?
Cuidando da maré.
Mas o mar está calmo.
Não sentes propósito?
Não.
Por quê?
Não gosto do que faço.
Não gostas?
E tu?
Odeio peixes.
Mas estás no mar!
Sei disso, não me orgulho.
Compreendo.
Sabes qual minha aflição?
Creio que não.
Não gostas de peixes também?
Sou ave, gosto de peixes.
Então o que é?
A Lua.
Não gostas dela?
Amo-a, mas há quem me cative mais.
Quem?
Quem?
Sim, quem?
Ora, DiSol.
DiSol?
Alma gêmea de minha pessoa.
És ave!
Entendes o que digo.
Entendo?
Correto.
Que há?
Com o que?
DiSol.
Ah, DiSol.
Meu amor eterno.
Amor?
Sim.
Também tenho um amor...
Quem?
A Lua.
Sério?
Sim!
Interessante...
Que pensas?
Queres meu cargo?
Cargo?
Guardião da Lua.
Não posso.
Por quê?
Sou pescador.
Não posso ascender.
Claro que podes!
Posso?
Óbvio!
Mas...
O que?
Se eu for, quem pescará os peixes?
Quem gostar deles acima de tudo.
Como eu que gosto de DiSol.
Oras...
Isso é possível?
Claro, podes ser o que quiseres.
Magnífico!
Vá, então.
E tu?
Eu?
Sim.
Que há?
Que farás?
Pescarei os peixes.
E DiSol?
Darei os peixes à Ela.
Que romântico!
Ela os ama.
Mais que tu?
Não!
Nosso amor é platônico.
Compreendo.
Troquemos?
Agora!
Então, muito bem!
Adeus DiLua.
Adeus Homem.