A menina e o Sol

Olhava-se no espelho...há muito tempo na vida, não se sentia tão bonita, tão encantadora, tão feminina. Havia descoberto em si algo que há muito não sentia: o seu Poder Feminino.

Há algum tempo, havia terminado um relacionamento que abalou as estruturas da sua essência como mulher, como ser humano.

Fez, portanto, nesse período, diversas descobertas que sequer fazia idéia até então. As principais, eram a respeito de si mesma...principalmente, sua essência como mulher.

Descobriu que era sim capaz de amar, ao contrário do que havia imaginado quando do termino seu relacionamento.

Mas, precisava descobrir SUA FORÇA INTERIOR a fim de que pudesse se encontrar e quem sabe sua alma gêmea.

Percorreu todas as encruzilhadas que se podia imaginar, chegando, incluive a quase chegar ao limiar da loucura.

A solidão, muitas vezes, foi companheira. Não era ruim nem bom....apenas era. Afinal, era dela que precisava para colar os caquinhos que encontrava a sua alma, naquele momento.

Deparou-se com sua consciência. Deparou-se com sua Sombra Interior. MAS HAVIA FEITO UMA GRANDE DESCOBERTA: SUA LUZ ERA TÃO GRANDE OU ATÉ MAIOR DO QUE AQUELA SOMBRA.

Porém, era chegado o momento de dar um basta naquela fase de inverno. Era VERÃO. Era o momento de chamar o SOL e, ele como um admirador secreto, chegou para aquecer sua alma e seu coração.

Em troca, o Sol pediu àquela menina quase mulher um simples favor: que, em nenhum momento de sua vida, ficasse triste, por mais que tudo pudesse desabar em sua cabeça.

Assim, como uma boa moça, obedeceu.

E seguiu com essa difícil promessa.

Foi difícil no começo, eis que tinha uma grande tendência a melancolias. Mas, resolveu, com firmeza de propósito, a escolher, no fundo de seu coração, buscar atividades que lhe davam alegrias.

E o que mais lhe dava alegria ? pensou....não sabia.

Um belo dia, como quem não queria nada, passeava ao lado de um lago, quando, de repente, deparou-se com um lindo pôr do Sol.

Ficou paralisada, atônita. Era lindo, caloroso, multicolorido. Resolveu fotografar com o seu celular aquele lindo momento que lhe tirou o fôlego.

E, quase que, simultaneamente, apaixonou-se pelo Sol...

O Sol preocupado com a iniciativa daquela humana, posto que a mesma poderia cair em profunda tristeza com aquela auto-ilusão, que obviamente nunca poderiar acontecer, presenteou-lhe com algo que ela sequer supunha:

CONCEDEU-LHE O DOM DA SENSUALIDADE, DO PODER FEMININO, para que pudesse conquistar os homens QUE SEMPRE SONHARA EM AMAR.

No dia, seguinte, ela acordou, MAIS LINDA, MAIS BELA, MAIS SENSUAL. Sentiu seu corpo mais vibrante, mais leve, mais atrativo.

Foi quando viu seu reflexo no espelho e sua vivacidade resplandecia em seu rosto.

Pois bem: era já de noite quando vestiu-se com o vestido mais decotado que tinha, vermelho escarlate e caiu na noite, disposta a esbanjar sua sensualidade onde quer que fosse.

Quem iria seduzir ? Sinceramente, não sabia. Mas, naquele momento, apenas queria ser alegre, nem que fosse por uma noite apenas, e se, de repente, encontrasse alguém que achasse que pudesse lhe fazer feliz aquela noite, já poderia se considerar feliz.

E assim sua vida continuou. Cada dia, ficava mas linda, feliz e encantora. E com vários amantes para lhe deixar mais e mais feliz, cada um mais apaixonado do que outro.

Se ela se apaixonou de novo ? Depois do Sol...aí é outra estoria.

E o Sol ? O que aquela moça não sabia e que era um segredo fechado a sete chaves pelo Sol era que este sempre fora apaixonado por aquela moça....mas, o engraçado é que não era pela beleza exterior, mas pela Beleza Interior que esta sempre possuiu desde nascer, mas nunca soube que tinha e que graças a ajuda dele, ela pôde ter essa percepção e lutar pelos seus sonhos de Mulher, de Ser Humano.

Ele a libertou, não somente porque era uma reles mortal, mas porque a amava, e sabia que não poderia fazê-la prisioneira de uma paixão que nunca poderia acontecer.

Moral da estória: o amor além de libertar, fortalece a pessoa que se ama, incentiva-a a crescer, mesmo que nunca venha a acontecer.

Renata Vieira Machado
Enviado por Renata Vieira Machado em 09/05/2010
Reeditado em 27/06/2015
Código do texto: T2247505
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.