Sono dos justos.
Aquele casal ja morava a muito tempo naquela residência.
Casa grande, no meio de um campo cercado de árvores altas, matos
e uma pedra enorme num canto do quintal, que era guardado por uma cerca de arames, bem no estilo do interior.
O casal ia na cidade as vezes, para prover a casa. Mas o marido começara ja a algum tempo ir mais vezes que o necessário, e estava preferindo ir sozinho nessas vezes.
A esposa tranquila, parou de reclamar depois de muitas tentativas. Deixou pra lá.
Ele então começara a chegar bêbado e aí nessas vezes os dois se desentendiam, e ela dormia nos pés da cama. Foram muitas brigas e muitas dormidas nos pés da cama. Um dia ela resolveu segui-lo até o bar.
Não conseguiu acreditar no que via.
Ele agarrado no pescoço de uma mulher, cantava e rodava com ela nos braços, bêbado o bastante para nem lembrar de sua esposa.
Ela correu para casa aos prantos e com um vidro nas mãos deitou-se mais uma vez aos pés da cama.Virou o vidro na boca, e dormiu...
Chegou em casa o marido cambaleando, batendo na porta e fedendo como a um gambá.
Gritou pela esposa. Mas como ela não respondeu, ele deitou-se ao contrário na cama e dormiu o seu sono do justo.
De manhãzinha gritava pelo café, ainda de ressaca. Mas ela não respondia.
_"Mardita!" - gritou - Venha cá por meu café!
Mas ela não foi.
Dormira na verdade o sono dos justos.
Suicidou-se na noite anterior.