Carta para Dona Cora Coralina

Dona Cora por favor me assegura um doutor que latindo, num istante me calo, meus provérbios, contador, muito ricos, se deu falhos, perdi o brilho do Senhor.

Hoje prendo, canto e caio. Não me viro nem ao espelho pois fulgor, já dorme e malho, meu desespero empacador.

Dona Cora por favor, me permita nas vogais deixar um rompante e suspiro estigante, de um pobre e quebrado letreiro, que em um dia de luz se perdeu e apagou.

Cá estou a perdurar em fotos, fatos e nublados, chovendo forte sem parar, quebrando tudo a minha frente, temente a Deus, porém descrente, rogo, besta e casto, um calhandro calibado, que nada de bom recebeu da vida, triste sina, malha corrida, ferroado e libado em cachaça, vida pequena, sem graça, querendo noutro encarnar. Pois nem sei se sou bom ou mal timbroso, só sei que assim estou e não mais quero ficar.

Desde já me apego a atendibilidade de minha sustenção pedinte. Que ao certo acredita que a ouvinte, me devolverá o chão.

Sou José, ou sou Maria. De que importa a opção. Só se apresse em devolver-me alguma solução