Pedido inocente
Quem sois, senão um broto de bambu que sempre balança ao sopro da mata virgem, que inocente te espera, mas consciente sempre lhe traz.
Quem sois, senão uma ave andorinha que voa e voa sem parar. Não tem pouso não tem praça que não possa alcançar.
Quem sois, senão a terra que sofre aos pisares, sofre os maldores, sofre os alhardes, mas, tudo passa e você ainda está lá.
Quem sois, senão o raio inocente que feres a todos os crentes, quando não fazes o certo, pensando em errar.
Sua alma é traiçoeira se carrega só a tua bandeira e nos galhos e mantiqueiras, leva as outras a pendurar.
Parai agora, oh rico-pobre pois se pensas ser um nobre nem o pouco do rico herdará.
Pois só a terra verás teu julgo já em pouca vida, só refugo, nada mais a resolver. Não tem tempo, vais morrer.
E num só lamento, de tudo o que conseguiu se perdeu. Em seu pedido inocente esqueceu inconsciente que sozinho não estaria e vivendo todo dia de todos a precisar, esqueceu em orações a quem agradecer e glorificar.
Se tornou Deus e onipotente! E agora só com a terra ficarás, impolido, pálido e imundo cresceu lírio, natural e singelo e o tempo cruel te destes espinhos em face, que nem os teus se aproximassem sem ferirdes suas palmas.
Conjuro teu nome e te perdôo, pois não sobes se criar. E mesmo adulto ainda és menino. Se pensas forte, porém frágil e pequeno, o que te deu, te tomara.
Só saliva lavará, sua pele seca e enrijecida sem água, sem vida. Deus te abençoe, vá em paz.