Nos montes castros, alvos
Singela e doce criatura, qua beleza e formosura que por dentro ninguém tinha igual. Seu olhar sereno e cansado da vida. Quase sempre diziam um algo quando sentada a beira da casa, olhando as arvores e os sabiás.
Murmurando consigo como num seu vizinho de si mesmo. Contadas historias, proseios, memórias de anos findos, tardios e ilhumes, que só na luz do vagalume candia o dia em noite estrelar.
Ali ficava e ali fiquei ate que não mais lha tinha a contar. Foi-se! Morreu! Mas seus contos continuam a murmurar em minha saudade, pesada e vincenda que só no tempo há de recolher essa tormenta.
E quando aperta o coração de mais, me volto aos temos de outrora quando aquela mulher, meiga, serena e singela me botava no colo, ao logro das estrelas e me contava da sua maneira Como cresceu no arraial.
Hoje em seu postume, relembro que muito que vivo, ouvi de pequeno, em suas contadas, a beira da estrada, nos Montes castros, alvos.