Enquanto eu olhava o mar
Enquanto eu olhava o mar, sorria, chorava, apenas lembrava de quem eu era, de quem eu fui. E ai quem me dera apenas nessa aquarela esverdear.
Enquanto eu olhava o mar, lembrava do menino que corria descalço no asfalto, que subia em árvores, que se desprendia no sol, e só a lua o fazia voltar.
Enquanto eu olhava o mar, pensava na árvore que plantei e nos semeios que tanto olhei, tantos findos e indos, que só mesmo um adulto menino essa história pode contar.
Em cada açoite, um semblante, rompante, açude, tempestades. Alarde em balça e um aceno, pequeno, sereno, singelo e moreno, me ditou na ocasião escrevendo meu futuro em versos finos e hoje eu só lhe peço: nunca se esqueça do menino que um dia tu fostes e precisa reencontrar.