O dia da Árvore

Na manhã do dia do trabalhador, como todos os dias, os pombos vieram bicorar no quintal o milho jogado as galinhas, que também os alimentava. E como a descansar num parapeito, ficavam nos galhos da velha ameixeira. Neste dia inclusive, apesar do sol intenso pela manhã, foi um dia chuvoso, que se estenderia até a noite.

Festejado o dia da árvore, com abraço e uma leve pintura amarela no tronco tudo parecia com um dia qualquer, que de fato o foi.

À noite, quando a chuva descia na terra impiedosamente, Márilia, Arthur e Maria deitados na rede a ouvir o som orquestrado em forma de história para criança dormir, que mal se ouvia o mundo lá fora. Até de repente, crach... Bum.

Um barulho ensurdecedor, um silêncio e um grito de horror tornaram-se o protagonista daquele momento. E todos mais do que depressa correram para a porta e ao mesmo tempo queriam passar a tentar satisfazer a curiosidade aliada ao medo predisposto.

Quando enfim a noite ficou iluminada pelos refletores da lanterna e das luzes da varanda nada se viu no breu morto e ao fecharem à porta desolados. Logo em seguida, o senhor Afonso, em risos e desesperos gritava chamando:

- Maria vem ver o que aconteceu.

E ela e os meninos saíram ao encontro da voz agora um tanto assustados dado ao efeito dos gritos de socorro do senhor Afonso.

Enfim o mistério veio à tona, pois parte da ameixeira havia, com o vento desabado sobre à casa do senhor Afonso. Fazendo o senhor Alfredo, coitado, que estava na sua rede recém operado, coxo de um dos lados da perna sob efeito do medo sair correndo quarto afora sem muleta no meio da chuva.

A árvore estava sobre a casa, a chuva aumentava sem parar e todos com as mãos na cabeça gritavam sem saber o que fazer.

Foi quando Alberto chegou, com Maira, Marina e Cláudia para tentar acalmar o que já não se podia lamentar e chamar o bombeiro, que lá pelas 21hs chegaram com suas lanternas e sacramentaram a falta de perigo eminente além do que já estava escrito.

Se comprometendo a vir na manhã seguinte serrar a árvore para que todos da casa do senhor Afonso pudessem dormir mais calmos.

A chuva passou, mas deixou no seio da lembrança a saudade da árvore entre os pássaros que passavam para descansar, quando não faziam seus ninhos e que era companheira das demais árvores do quintal formando assim o cinturão da beleza natural do lugar.

Tudo ficou triste, pois não havia mais o som do vento nas folhas da árvore mais alta do lugar.