A dor da perda (T690)

Ele tinha preperado tudo, seria uma noite inesquecível, como muitas que tiveram através de sua imaginação, mas esta seria a noite mais sensacional que daria a ela. Um jantar feito por ele mesmo, já tinha planejado tudo, não tinha o que dar errado.

Havia aprendido a fazer o prato, nada sofisticado, coisa simples mas que podia impressionar, o vinho foi escolhido cuidadosamente, havia gastado uma boa grana nele, mas no final tudo valeria a pena, pois tinha que mostrar a ela que tudo tem uma chance para recomeçar, e este jantar seria uma quem sabe nova vida, sabia que seu casamento não estava bem, mas ele tinha que tentar, pois a amava ainda muito, não cogitava de forma alguma perdê-la.

Ela havia ido para a casa da mãe dela e logo estaria voltando, pedira para sair mais cedo só para preparar tudo, um bom vinho, um bom prato para acompanhar, um toque romântico com as velas sobre a mesa e uma rosa vermelha, a cor que mais gostava, nada podia dar errada, até a música escolheu com esmero, nossa o que podia dar errado.

Só faltava uma coisa, a felizarda, a sua grande paixão.

Estava demorando, sabia que quando ia para a casa da mãe voltava tarde, mas não tão tarde assim, será que ligava para saber o que tinha acontecido, ou esperava mais um pouco, já eram onze horas e nada, será que aconteceu algo?

Depois de muita indecisão acabou ligando:

__ Alô! __ ouviu a voz dela do outro lado.

__ Ainda está aí?

__ Eu não vou voltar mais, não leu o bilhete?

__ Que bilhete?

__ Deixei um aí em cima perto do telefone.

Foi quando viu um papel embaixo da mesa do telefone, no seu desconsolo deixou o telefone cair de sua mão, e quase não acreditando no que acontecia foi até o quarto e viu as gavetas vazias e sentiu este mesmo vazio em seu coração, em sua alma.

Alexandre Brussolo (21/04/2010)