As moças - 1ª Parte

Larah e Brigitte aproximavam-se do Hotel Decency, mais ou menos às duas da tarde, sol aberto num céu sem nuvens... O calor torrava no cocuruto dos que se arriscavam ficar fora das sombras. As moças constumavam se tratar como Law e Brig. Duas belas moças, uma morena e a outra louraça! Corpos esguios e bem torneados e olhar de quem sabe onde vai e o que procura;

Law a morena, com vestes colantes e insinuantes mostrava através de ousado decote, um colo sedoso e recoberto com perfumoso suor que, destilado pelos poros, deslizava corpo abaixo. Seus cabelos negros debatiam-se no ar, refletindo as firmes passadas; dona de um olhar esverdeado, sério e profundamente sisudo, buscava respostas nos olhos dos que estavam à sua volta.

Brig, vestida com mais discrição, olhos estupidamente azuis, de lábios carnudos e grandes; com sua cútis branca, porém bem maquiada, denunciava sua origem européia... Francesa, para maior exatidão!

Chegaram, finalmente, ao Decency. Pediram quartos conjugados, que embora separados possibilitava a comunicação quando necessária. As únicas exigências feitas por ambas era que nos quartos as camas fossem grandes e macias, e o chuveiro tivesse água corrente!

Na Cidade, os curiosos acotovelavam-se inquirindo uns aos outros sobre a causa da chegada daquelas "gringas". O que vieram procurar? Ou a quem buscavam? Quem eram?

Quando caiu a noite e as moças surgiram na sacada que dava de frente para o hall do Decency, por alguns instantes, fez-se um silêncio tumular que foi quebrado pelo som do salto das sandálias das moças ao tocar na tosca escada de madeira. Os olhares as acompanhavam degrau a degrau, passo a passo; a curiosidade estava em cada olhar, em cada ruga de expressão e em cada tamborilar de dedos sobre as mesas ou sobre o tablado do balcão do bar.

Finalmente chegaram ao térreo; e, dirigindo-se ao balcão pediram uma bebida. Law, em alto e bom som perguntou para tantos quantos pudessem ouví-la: - "Quem sabe onde podemos encontrar Charles Anskar?"

[Continua...]