Não Existe Hora Para a Morte

Assim que desceu do ônibus, começou a correr. Ele teve a impressão muito forte de estar sendo perseguido, então ele correu, corria esbarrava em quase tudo que ousava cruzar seu caminho, e a sensação de perseguição invadia cada vez mais seu corpo.

Chegou em frente ao portão de sua casa com o coração batendo muito forte de tanto que correu. O portão estava trancado, ao olhar para a casa no topo da escada verificou que não havia ninguém em casa já que todas as janelas se encontravam fechadas. A rua estava deserta, ele procurava com pressa em seus bolsos a chave que abria o cadeado do portão ao mesmo tempo o medo e a forte sensação de estar sendo perseguido aumentavam. Ele achou a chave, abriu o portão, correu para subir as escadas, entrou pela porta dos fundos que dava direto na cozinha. E de uma forma inexplicável ali onde ele deveria se sentir melhor ele sentia ainda mais medo. Assim que entrou observou aquele cômodo da casa tudo estava em aparente perfeita ordem: fogão, mesa, geladeira, pia tudo em seu lugar. Observou as paredes cheias de manchas pretas, causadas pelo tempo e gordura exalada do fogão.

Ele sabia que havia algo diferente em uma das paredes, ele pensou e observou mais um pouco e constatou que o relógio não estava presente em seu devido lugar. No lugar onde ficava pregado o tal relógio tinha uns escritos bem pequenos, então ele olhou mais de perto e leu “Não existe relógio que possa marcar a hora da morte”

Ficou aterrorizado quando viu, saiu as pressas para olhar os outros cômodos da casa foi primeiro ao quarto de seus pais, onde estavam os corpos dos mesmos, correu ao quarto da irmã e lá também estava seu corpo esfaqueado assim como o de seus pais. Ele sentiu o terror invadindo sua mente corpo e alma, decidiu assim sair daquela casa correndo, com um medo tão intenso quanto o medo que o fez entrar. Quando ele passa pela porta de seu quarto vê que há mais um corpo então ele chega mais perto e vê que o corpo ali presente é o seu próprio corpo.

É quando ele cai em si, e a estranha sensação da morte lhe invade. Ele sai de casa e na rua vê outros espíritos que o acolhem. Por fim ele vê que a morte não existe desde que se queira viver.

Wagner Gomes
Enviado por Wagner Gomes em 11/04/2010
Reeditado em 03/04/2012
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