____NUNCA ESTAMOS SOZINHOS_____

Noite fria e escura, sobre o balcão um copo de conhaque e uma

sombra de mulher.

Nostálgica musica de um piano a invadir o ambiente.

Alguns burburinho de vozes, pessoas absolvidas em seus

casulos em noite insone.

O vento sussurrando o frio da madrugada.

Ruas quase desertas, carros passando em alto velocidade.

Entre as sombras da noite a silhueta de uma mulher.

Corpo esguio, vestes modestas, cabelos rebeldes ao sopro

do vento.

Ela segue adiante, inerte em sua dor.

Ninguém nota a face inchada de tanto chorar.

Mas sua alma sente o amargo do desamparo.

Anjos e demónios duelam em seus pensamentos.

Há tanta angustia em seu ser, a esperança lhe abandonara....

Ou ela abandonara o sopro de vida por ilusões.

Atravessa becos e vielas apressadamente até chegar a um

casebre.

Coloca a chave na maçaneta e adentra a casa, novamente

volta a chorar.

E suas lágrimas rompem o silencio em profundo soluços.

Se joga no sofá polido e fica a madizer sua triste sina.

Acaba adormecendo exausta e consumida por suas

tristezas.

Não longe dali próximo ao seu corpo de carne luzes zelam

por seu bem.

E uma gentil senhora ampara sua alma fadigada.

CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 07/04/2010
Reeditado em 07/04/2010
Código do texto: T2183472
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