A primeira vez no ar
Tenho uma fascinação quase infantil por viagens aéreas, mesmo depois de longos anos a usar esse meio de transporte,costa a costa, mar a dentro ou a fora, nunca deixo de sentir o êxtase de Dumont ao descobrir que o homem pode enfim voar.
Silenciosamente, dentro dos muros de pedra da minha velha alma menina (rsrs) olho a janela , me certifico que estou mesmo dentro do pássaro de prata e então começa a jornada deliciosa que é voar.
Meu primeiro pensamento dentro de um vôo é sempre voltado para a grandeza do gênio inventor, que coisa incrível!!! Nunca paro de repetir e aproveito para agradecer esse magnífico presente.
Terminado o ritual volto às preocupações normais do dia a dia, as expectativas de cada viagem.
Lembro da primeira vez, e sorriu ao me dar conta que mesmo já bem crescidinha morri de medo de pagar mico e dos grandes.
À época os lugares não eram marcados e viviam fazendo piadas sobre isso, por benção divina encontrei uma colega dos tempos de escola antes mesmo do embarque e fomos conversando. Descobri que ela faria uma conexão em São Paulo no mesmo horário que eu, portanto já suspirei aliviada por ter companhia até meu embarque para Campo Grande, destino final.
Quanta adrenalina!!! Precisava demonstrar calma, intimidade com essas questões e resolvi não confidenciar a minha estréia. Estrategicamente deixei ela se posicionar na minha frente e a segui “displicentemente”.
Escolheu um lugar para sentar e eu a segui, uma vez que estávamos conversando animadamente. Fui imitando seus gestos de modo um pouco retardado pra que pudesse assimilar qualquer movimento.
Confesso que me embananei com o cinto, mas pus a culpa no estresse da minha nova vida em Campo Grande .
Assim, um a um os “obstáculos” foram ultrapassados e lá fui eu aprendendo a diferença entre escala e conexão , hoje tão óbvio para mim. E nesse quesito essa viagem foi impar, foram 2 escalas e 1 conexão.Culpa da tal malha aérea(ops!!! Isso não é novidade).