A verdadeira felicidade

Olá, sou a Felicidade. Bati todos os dias em sua porta, mas você demorava a abrir e quando a abria era só para batê-la em minha cara.

Eu sempre fui otimista, sempre acreditei nas pessoas e só por esse motivo não desisti de você. Fui de diversas formas, me escondi embaixo de disfarces, fui bem e mal vestida também, mas você sempre me ignorava.

Uma vez fui toda arrumada, vesti a minha melhor roupa, passei perfume e tudo mais. Cheguei à sua casa. Bati 1, 2, 3 e na quarta vez que bati você abriu a porta. Olhou-me dos pés a cabeça, fez cara de desprezo e me dispensou, acreditando que eu era boa demais para ser verdade.

Ache que tinha ficado assustado com tamanha luxuria então, decidi que na segunda vez eu iria de forma inusitada, um tanto intimidadora. Peguei uma roupa qualquer e a vesti, no caminho até a sua casa tinha uma Poá de lama e só para dar uma dramatizada, eu comecei a pular nela. Parecia uma criança no auge da diversão. Fiquei suja de tal forma, que quem me olhasse sentiria pena de mim. Apesar de estar toda suja, eu fui animada, quase com a certa de que dessa vez eu conseguiria convencê-lo. Mas me enganei e mais uma vez fui dispensada.

Ainda não tinha desistido. Mesmo cansada de toda aquela recusa, decidi tentar mais uma vez. Fui com uma roupa simples, uma roupa normal e mesmo assim você me dispensou, chamando-me até de falsa.

Depois de todo o meu fracasso, desisti de você. Fui procurar alguém que realmente precisasse de mim. Fui então à casa da sua vizinha.

Fui toda arrumada, com um cheiro que dava para sentir do outro lado da rua e ela, educadamente, me dispensou. Fiquei surpresa, não por ela ter me dispensado, mas sim com a educação que fazia questão de esbanjar.

A educação da moça me fez retornar novamente à sua casa. Usei uma roupa simples, assim como fiz com você. A jovem moça me dispensou, pediu mil desculpas por não me dar atenção, mas é que ela estava muito ocupada, eu acreditei, afinal não tinha nenhum motivo para duvidar de suas palavras.

Aos poucos fui me surpreendendo com aquela jovem. Fui percebendo que ela não precisava tanto de mim, ma sua bondade e educação me conquistaram de tal forma, que fui obrigada a retornar a sua casa. E eu queria ter a certeza plena de que ela era realmente uma pessoa bondosa.

Peguei a minha roupa velha, aquela suja de lama e bem rasgada. A vesti e fui ao seu encontro. Bati uma única vez e lá estava ela. Abriu a porta com um mega sorriso, mas seu brilho foi ofuscado com uma cara de choro e espanto. Parou tudo o que estava fazendo, me colocou para dentro da sua casa, deu-me banho, alimentou-me. Tratou-me como ninguém havia tratado. Fiquei imensamente feliz,” ironia né?”, Mas foi o que aconteceu. Percebi enfim, que ela não precisava de mim, que era uma pessoa iluminada, cheia de luz e conhecedora do bem maior, do dom supremo, do amor.

Contei-lhe essa história para que você não me dispense mais. Eu insisto bastante, mas chega uma hora que eu me canço.

Vou te dar um único conselho, a felicidade em muitas das vezes, pode estar ao seu lado e você cego não vê. Passe a prestar mais atenção à sua volta, principalmente nas pessoas que lhe cercam. É nelas que você vai encontrar a verdadeira felicidade, que você vai encontrar o amor.

Preste atenção à sua volta!

Preste atenção ao seu lado!

dsoli

Dsoli
Enviado por Dsoli em 29/03/2010
Reeditado em 19/04/2010
Código do texto: T2165632
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