SÃO JOSÉ – O CARPINTEIRO




É neste dia, 19 de março em que se presta honorável culto a São José, Padroeiro Universal da Igreja, homem dedicado com uma grandiosa titularidade de justo, não havendo dados consagrados sobre sua ascendência ou fatos da infância e juventude para melhor compreendermos as locuções desses estrados.

É o pai terral e adotivo de Jesus Cristo, esposo da Santíssima Virgem Maria, tendo transformado sua vida numa conexão entre o Velho e Novo Testamento ao receber em sonhos a palavra do Deus vivo. O homem da Tribo de Judá que morava com a esposa em Nazaré, cidadezinha da província da Galiléia localizada ao norte da Palestina. É sabido que à época do imperador Augusto, este, prescreveu um recenseamento em todo o Império Romano para contar a população e como se sabe, cobrar impostos. Sabendo do censo José e a esposa grávida, dirigiram-se para a pequena cidade pobre de Belém, no sul da Judeia cuja cidade demarca as origens de Davi, com o intuito de registrarem seus nomes no censo. O estado em que Maria se encontrava, sentindo dores e a longa viagem percorrida até Belém, localidade com aproximadamente 500 habitantes não localizaram no povoado nenhuma casa ou hospedaria.

Retornando pela mesma estrada, adentraram numa localidade onde havia um curral com uma pequena casinha coberta e com tapumes nas laterais. Ali, naquele homenageado local, Maria, mãe Jesus sentiu as dores sozinha enquanto José procurava nos arredores da cidade alguém para acompanhar o parto da esposa. E desse momento melancólico atrofiado nas circunstâncias, José retornava com os olhos transbordados em lágrimas e a face fechada de não ter encontrado na circunvizinhança uma parteira que pudesse auxiliar naquele vexame.

Então, José sem recursos financeiros apenas com a profissão de carpinteiro cujo trabalho mesclava nos porões de pouca relevância da época. Assustou-se ao ouvir o choro do menino iluminado, e ao lado, a esposa em sono profundo ao término dos prodigados trabalhos dos anjos na concepção do Messias. Era o verdadeiro milagre de Deus na presença dos animais ali presentes, e ali nascia o Redentor do mundo humano, o Salvador e Pai da humanidade em carne.

José orou ao Senhor Deus pela divindade e agradeceu, recebendo naquela mesma noite a visita dos Reis Magos que anteriormente visitaram Herodes para saber se o mesmo soubera do nascimento do Rei de Judá. No entanto, Herodes, não sabendo desse mistério de Deus no Velho Testamento, imaginando que o novo Menino Rei pudesse atrapalhar o seu grande império, não refletindo sobre o imenso governo espiritual de Deus sobre os homens, e disse aos Magos:

“Ide informar-vos com cuidado sobre esse Menino e quando o achardes, fazei-mo saber para que eu também vá adorá-lo” (Mt 2, 8).

Na verdade, Herodes compreendeu tudo, rasgando-se por dentro de ódio e inveja, desfilando no ar a sua figura execrável e silenciosa aos Reis Magos como uma triunfa bondade. Dias, meses, horas e minutos os Reis Magos não retornaram para descrever com detalhes sobre esse novo Rei Menino, e muito menos Herodes teve condições de localizar os Magos. Diante dos fatos, atribuiu no peito o desgosto, a ira e inveja sobre a possibilidade desse menino vir ao conhecimento público, pondo o seu reinado a debruçar nas contestações do povo judeu e Império Romano. Obviamente, os Reis Magos perceberam as intenções do famigerado e cruel Herodes não lhes dando notícias.

Irresignado, além de obter dos doutores da lei a previsão exata do nascimento do Messias como o Salvador do Mundo descrita no Velho Testamento, assombrou-se pela real notícia das Escrituras, lembrando-se do aparecimento dos Magos no palácio e a negativa do retorno dos mesmos. A partir desse momento crucial, Herodes não teve mais paz interior, erigindo no descompasso da razão com o intuito covarde, nojento, ínfimo, autoritário de atingir de qualquer modo o Menino Jesus, decretando a morte de todas as crianças com menos de dois anos de idade. E se valendo dos sangues daqueles Santos inocentes que viviam em diversos vilarejos, derramaram como água que cai dos céus no maior infanticídio que a história humana tem notícia. E José dormindo na mansidão com a esposa e filho, sonhou com o aviso do Senhor Deus através do anjo para que partisse o mais rápido possível daquela localidade.

Mateus 2:13 - Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.

Mateus 2:14 - Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito;


Sabe-se que por alguns meses eles permaneceram em Belém, e José trabalhando nos arredores da minúscula cidade com o oficio de carpinteiro, atravessou grandes necessidades como é a labuta dos homens de todas as épocas que realizam essa dignificante profissão de carpinteiro sem valor no meio social.

E desse modo, acordou José, refletindo como partiria para o Egito sem dinheiro, mas, o anjo do Senhor abalizou o ouro perante os seus olhos que se encontrava guardado num invólucro cujo presente o Menino recebera dos Magos. E na manhã seguinte, partiu ao centro da cidade em Belém sem revelar o destino, e ao chegar ao mercado trocou o valioso ouro por um jumentinho e diversos mantimentos para a boca. Chegando a noitinha à residência pediu para Maria colocar o Menino Jesus no jumentinho e rumaram para o Egito. Apesar de que ao passarem nos portões de saída da cidade de Belém foram avisados de que o jumentinho não atravessaria o deserto, bem como os saqueadores impediriam a viagem.

Sem nada entender, José empreendeu nas trilhas que levariam a salvação do Menino Filho do Deus Vivo, livrando-se do infanticida Herodes. E durante a viagem, Maria percebeu barulhos nas areias do deserto de vários animais. E logo indaga ao esposo como faria para escapar dos bandoleiros. Imediatamente, José olha em sua volta e ver o Menino Jesus brincando no lombo do jumentinho muito feliz e dando risadas. A Santíssima Virgem e José ficaram apavorados ao pressentirem a chegada repentina dos malévolos nas poeiras densas do deserto, sem ter como empregar qualquer meio de defesa. Os acintosos homens cercaram os três viajantes, e um dos bandoleiros, sorria e dava gargalhada do Menino Jesus encima do lombo do apoucado jumento em pleno deserto.

A mãe da criança com bastante medo, e José de imediato retira o filho do jumentinho e segura nos braços. Instante em que um dos malfeitores fortemente armado, diz:

Mulher! Não tenhais medo. Na verdade, vocês não levam nada que nos interessam muito menos água para matar a nossa sede e darmos para os nossos camelos.

O Menino Jesus ouvindo com devida atenção e sabedoria divina, aponta para os ladrões um determinado local à sua frente de onde se observa nitidamente uma minúscula fonte de água doce no clarão da lua. Sem demora, um dos facínoras sinaliza aos demais, dizendo:

-Vejam! Água! Não acredito! Ontem eu passei por aqui. E não vi esta fonte. Como surgiu? Apesar de que há muitos meses que não chove por aqui.

E dali, eles partiu rumo ao Egito. E o Menino Jesus sorrindo das suaves brincadeiras, porém, eram suas realizações divinas em milagres.

A família já com alguns anos no Egito, José recebeu uma encomenda de um Faraó para construção de uma mobília, tal ofício era realizado na porta de sua casinha, e o aprendiz de carpintaria não largava o pai. Com as passagens dificultosas que assombravam a convivência, José lamentava à esposa a situação de perigo do Menino Rei ao brincar com as outras crianças da época motivado pela fúria de Herodes, bem como não levar para determinados lugares. Sem embargo de que o menino insistia em acompanhar o pai. Ao término do serviço contratado pelo Faraó, este não pagou o serviço prestado por não estar de acordo com os contornos interior do palácio.

Certa noite ao dormir, José lamentou a falta de sorte nas terras estranhas, e disse a esposa Maria que não saberia como satisfazer o pedido do Faraó, além de ter laborado por mais de quatro meses com sérias dificuldades financeiras, este não pagou nada pelo trabalho, e que ali no Egito não vislumbrava um bom futuro para o filho. Por detrás da porta, Jesus ouviu as deplorações do pai e ficava triste. No outro dia bem cedo, Jesus indagou ao pai para atender os reclames do Faraó, solicitando que acompanhasse o pai até o palácio. Para não desagradar o menino, José levou até ao soberano do antigo Egito. Adentrando no palacete triunfal, José foi recebido juntamente com o Menino Jesus. E o Menino Rei utilizava a melhor roupa de seda pura presenteada pela tia Isabel cuja peça brilhava em seu corpo, alongando-se até ao pés nas proximidades das miúdas sandálias de couro que pisavam o chão macio do paço. Momento em que o Supremo do Egito bateu forte com a mão na mesa, assustando o Menino Rei. Alegava o Faraó insinceridade no feitio do trabalho que ordenou a José. Em seguidam, determinou aos encarregados do palácio que apresentasse os erros cometidos no aprimoramento do móvel. E José permanecia calado enquanto o Menino Jesus desfrutava dos olhares na vultosa riqueza das paredes e cores nos lustres. Momento em que os encarregados apresentaram a mobília ao Faraó. Espantado-se com um ar raivoso, inquiriu o Faraó aos empregados:

-Digam-me? Quem entrou nos meus aposentos e mudou as características dos desenhos diagonais da mobília? Os encarregados não souberam responder. E de repente interfere José, indagando:

-Não está nos teus desejos o móvel meu Faraó?

O Faraó sorriu, e disse:

-Eu me enganei em olhar os detalhes do trabalho. Tu és o meu maior artesão de todos os tempos que o Nilo já banhou o Egito. Tomas o que é teu.

Naquele momento, o Menino Jesus batia as palmas da mão, esfregando uma nas outras. Era mais um milagre transformando em dias a satisfação do pai que ainda não havia desvendado este mistério aos seus olhos. Ao conversar em casa à noitinha com a esposa Maria, José conferiu certos depoimentos com assertiva de que algo estranho estava acontecendo com o filho. E a partir desse dia, iniciaram a observar os trajetos e cuidados ao maior filho que a humanidade já conheceu.

Hoje é dia de festa para a imensa Fé e realização do culto a São José que teve abertura dessa caminhada pelo Egito. E somente no ano de 1870, o então Papa Pio IX, o proclamou São José, padroeiro Universal da Igreja e, a daí então, passou a ser venerado no dia 19 de março.



ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 19/03/2010
Reeditado em 20/12/2012
Código do texto: T2147866
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