EQUITAÇÃO

EQUITAÇÃO

A Fazenda do Barreirinho era o local predileto de Lilinha, ela passava todo o ano escolar sonhando com a chegada das férias e com a possibilidade de ir passa-las na fazenda de seu tio; ela era uma menina muito esperta e por isso sempre se metia em confusões, mas se sua mãe dissesse que ela não iria para o Barreirinho, ela se comportava como um anjo.

No primeiro dia das férias, seu tio Juca, mandava Zezinho o carreiro ir busca~la no carro de bois e a menina se sentia uma princesa naquele carro, era como se fosse uma carruagem de contos de fadas, ela viajava cantando o tempo todo e ao chegar na fazenda , mal cumprimentava os parentes e saia correndo para começar a se divertir com os primos.

As brincadeiras começavam cedo logo depois do leite espumante tomado ao pé da vaca e só a noite freava o entusiasmo daquelas crianças; corriam livres como o vento que vinha da serra, nadavam na Lagoa dos Patos, subiam nas arvores do pomar e se deliciavam com a fartura de frutas e a noite ouviam historias de assombrações, contadas pelo alegre tio Juca.

Dentro de todas essas alegrias, só uma coisa aborrecia Lilinha, era o fato de que ela não sabia montar a cavalo e as demais crianças da fazenda eram ótimos cavaleiros; por mais que insistissem com ela para aprender a montar ela se recusava, porque na verdade morria de medo de cavalos, mas não confessava e tinha sempre uma desculpa pronta para se livrar do apuro.

Quando as crianças saiam para passear a cavalo, Lilinha ficava muito triste só olhando, até que tio Juca resolveu falar com ela e com a confissão do medo que sentia dos animais, ela conseguiu se libertar do pânico e tio Juca se passou a lhe dar aulas de equitação; no começo o nervosismo da menina, passava para o cavalo e ficava difícil para a aluna e o professor .

Aos poucos ela foi se acalmando e começou a controlar melhor os animais e tio Juca foi confiando e permitindo que Lilinha acompanhasse os primos nas divertidas cavalgadas e tudo corria bem e alegremente; apanhando confiança a menina as vezes saia sozinha , mas não se afastava muito da fazenda, mas tudo tem sua hora de dar errado e deu.

Os pais de Lilinha vieram passar um fim de semana na fazenda e ela quis logo exibir seus conhecimentos de equitação para eles; a menina insistiu em selar o Caramelo pessoalmente, montou e saiu galopando em volta da fazenda, de repente o cavalo corcoveou e saiu em disparada na direção do rio que passava logo adiante, todos correram em socorro de Lilinha.

Quando chegaram perto do rio, a menina já estava dentro da água, arrastada pelo cavalo rio abaixo, desesperados alguns homens se atiraram na água, mas lutavam contra uma correnteza forte e tinham dificuldade em se aproximar e socorrer Lilinha, mas por sorte alguns pescadores que estavam por perto, pularam na água e retiraram a menina e o cavalo a tempo.

Passado o sufoco, foram verificar o que poderia ter assustado um cavalo manso como Caramelo e encontraram uma cobra morta no local do acidente, estava explicado e Lilinha entendeu o ocorrido, mas passou um bom tempo sem cavalgar, mas aos poucos voltou a confiar nos cavalos e se tornou uma ótima amazona, cavalgando com os amigos e o vento.

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}

Tëxto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 09/03/2010
Código do texto: T2129324
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.