A lua e a relva

A Lua e a relva

A noite é chegada e a sensação de você; num impulso; levou-me à janela que aberta permitia pudesse ver quase insólita a lua que penetrava invadindo os nossos pensamentos.

Vi seu rosto moldado-suave e então, mais próximo, vi seu jeito menina; o mesmo que amo, o mesmo que guardo na mente e não se interrompe. Reflete o carinho que lhe possui e não esconde ao menos de mim.

Ali pensando e apoiado no parapeito da janela do quarto, via descer ao beber a suavidade cristalina dos goles de uma água fresca, tomada das borbulhas que energizavam o meu peito num espasmo de delícias. Era gole após gole, imagem após imagem e o tempo amigo não passava, tudo era só pensamento, tudo era real porque traduzia o que pensávamos naquele momento.

Aonde estará você agora ... Oh! Lua menina ?

Retrato que o poeta guarda no peito e como mascarado das noites fere-se somente com a prata que a torna bela e sensível. E o poeta ferido agora já sem máscara , aonde estará? Disse a Lua menina que o poeta cavalga em seu cavalo branco, mas já alvejado não poderá ir longe porque ferido cairá na relva macia aonde caem os apaixonados e a lua o ilumina com um doce beijo e o leva para as delícias da história.

Serras e colinas, campos sem fim, cavalgam agora os dois, o poeta e a lua. A lua envolve o poeta com seu manto alaranjado, fazendo-o sentir as delícias da cavalgada numa torrente de sonho e certezas... Ah! ... e o poeta? Este, não menos gestuoso a enlaça em seu peito, impulsionando as rédeas e fazendo do corcel um brinquedo de menino.

Os dois Lua e Poeta agora crianças; no alto da colina refletem a silhueta de uma noite de delícias.

JPonto