Professora - by-Caio Lucas
Professora - by-Caio Lucas
(do livro Partes da minha vida)
Parte - XXXVII
Ela jogou a bolsa fora já que seu trabalho estava todo molhado, a roupa ensopada, bem, essa não pode tirar mas o seu corpo em chamas ainda reclamava por mim naquela hora, estava aturdida, era qualquer coisa, menos amor.
-Me liga quando der, que tal agora, preciso de você, de fazer amor, escreve, manda uma carta, um bilhete, um pensamento ao menos.
Esse era o recado no meu celular, continuava:.
-Não espere a noite, façamos nosso tempo, juntos, seremos mais nós e o dia que espere, primeiro o amor... Não esqueça o beijo que o corpo pede sobre o lençol.
Noutro dia...
Ela correu, correu, a chuva batendo no seu rosto parecia querer lavar sua alma mas o fogo não apagava, acho mesmo que só eu tenho esse poder. Não sei porque mas hoje acordei com vontade dela, acho que deitei paixão, sonhei amor, acordei tesão e tudo pela mesma mulher, pelo mesmo corpo, pelo mesmo amor. Desliguei a luz, acendi a lua, desejei seu corpo, desci a madrugada, joguei sua roupa espalhando-a pelo chão.
Ela veio, deslizando devagar sua nudez, deslizando o amor por entre dentes de beijo. Vestida de paixão lambe a saudade louca que consome meu corpo, alucina, transcende tempos e mentes, faz diferente, volta e vira, novamente me ama, assim, como nos amamos em todas as primeiras vezes.
Ontem pela manhã...
-Oi... Bom dia onde está?
-Caminhando de volta da escola, vou para casa, mas estou com saudade.
-Pára, não sai do lugar, estou indo.
-Tá bom, parei.
-Espera que vou te pegar!
Não tive dúvidas dei meia volta, corri o mais que pude não dá pra fazer devagar, desculpa é o tesão. Saí depressa, abri a porta do carro, era a vida que nos colocava corpo a corpo o meu com o dela.
Ao entrar no carro seu caderno caiu no meio das suas pernas, dei-lhe um beijo e desci roçando seu corpo até alcançá-lo.
Na página que caiu aberta consegui ler uma dedicatória:
''Pra você que é meu amor''
Pedi para ler, ela deixou, depois de resistir um pouco, continuei.
‘’Olhei a lua beijando a alma alucinada, ouvindo sua voz dizendo ao meu ouvido que ia me resfriar, a tempestade me pegou no meio do caminho, desfiz dos sapatos que apertavam meus pés e caminhei sob a chuva, me vi em pleno verão sentindo o sol dentro do peito aquecendo tudo.
Somos o primeiro amor de toda hora, das noites que fazemos sonhos ou simplesmente dormimos agarrados no amanhã, no depois de fazer amor, nas letras do poeta.’’
Confesso que fiquei sem palavras, apenas a beijei.
É noite...
Direção, nosso esconderijo:
Rolando sobre seu corpo dormindo, acordei seu sonho:
-Seja única, prove dos meus prazeres, pega devagar meu corpo, revira, joga o lençol e vem fazer amor.
Deixamos os desejos colados, tatuados como letras de um poema muito louco, mas delicioso, fingimos que acabaram as horas, é sempre madrugada, deixamos a realidade ser fantasia e o resto pra depois, corre a noite, o dia, corre até o gozo final.
O sol pode esperar, a vida não tem pressa de continuar, somos apenas eu e você, amantes, amados, amando noite, dia, sol, lua. Na cama corpos desenhados, amassados, agarrados sem pressa, corre o tempo no tempo do desejo que somos de apenas amar, voltei a ser menino, homem, amante, sorri até que de novo ouvi sua voz, me pedindo:
-Vem, fica, somos um, somente um nesta vida, por agora... Fica?
Te amo