Presente macabro
Hoje é um dia bom, pois é meu aniversário.
Acordo, tomo café e já vou fazer os meus preparativos para a grande festa.
Arrumo os balões, todos coloridos, ligo para as minhas encomendas e as mando que entreguem em casa, pois estou muito atarefada para ter que ir buscar.
Pois bem, já são seis horas da tarde e todas as encomendas já chegaram, mas há algo errado, no meio das comidas cuidadosamente decoradas e dos doces deliciosamente moldados, há um pacote vermelho e preto, tão grande quanto uma criança de oito anos. Me aproximei já com o telefone nas mãos para comunicar o engano e já fazer uma reclamação, quando paro no segundo número e vejo que ali havia meu nome. Coloco o telefone sobre a mesa decorada e pego o bonito cartão, nele dizia _Feliz aniversário querida Sophia, eu lhe presenteio com esse bonito mimo, porém terá que esperar até a meia noite para abri-lo, caso contrário só haverá papel amassado. Fico intrigada com o bilhete e curiosa do paradeiro deixa a caixa par lá e vou continuar a arrumar as coisas e dar as minhas ordens aos garçons.
Finalmente bate nove horas e as portas do lindo salão se abrem.
Em vinte minutos já estão todos presentes, garotas e garotos tão arrumados. Nossa, minha festa esta mesmo demais.
Depois de muita bagunça e bebedeiras me sento para observar o auge da minha popularidade, todas as pessoas bem sucedidas da cidade estava ali. Não há como fazer dezoito anos em melhor estilo. E como se estivesse em transe, dou um pulo e olho para o relógio. Que ótimo já é meia noite, quase me esqueci do presente misterioso.
Vou até ele, já cambaleando com a bebida consumida e começo a desfazer o laço. Sem muito esforço abro a tampa de olhos fechados e quando finalmente abro e olho o esperado-mimo-. Fiquei a observar para descobrir o que era, curiosa, tentei tocá-lo, mas não foi uma boa idéia. Aquilo começou a grunhir e espantar a todos os convidados da festa. Indignada começo a gritar – Que porcaria de bicho é esse que só presta para espantar meus convidados?
Aparentemente o bicho entendeu tudo o que falei, pois olhou para mim assustado, parecia até que estava chorando. _Que bicho esquisito, não se parece com cachorro, nem se quer com um urso, está parecendo mais um diabo da Taz mania com todo esse estrondo.
Mas finalmente parece que o bicho se acalmou se aproximou de mim e deu um grande salto que foi parar dentro da caixa novamente.
Os convidados ficaram olhando assustado, então fechei a caixa rapidamente e coloquei um vaso de flor pesado em cima para o bicho não destruir a sua festa novamente, mas os convidados continuavam a olhar para mim espantados. E então finalmente eu me pronuncio _ Calma gente, já prendi o bicho, não há mais perigo. Mas ao dar passos para frente eles davam passos para trás.
_Ah qual é a de vocês?
Ao dizer isso todo mundo sai correndo. Fico indignada, por que será que saíram correndo?
Com muito desanimo vou até o banheiro e lavo meu rosto, mas quando ponho a mão em meu rosto sinto uma penugem espessa. Rapidamente corro para o espelho. Não, não pode ser. Eu estou igual a aquele bicho feio, asqueroso e ridículo. Mas como é que isso foi acontecer? Correndo, vou para a caixa e a abro novamente, dentro o bicho jaz inerte, morto. Empurro a caixa para ficar na vertical e o puxo de lá de dentro. Estranhamente suas feições ainda estava de mágoa e com os dedos curtos e finos verifico sua pulsação, está mesmo morto. Ainda não entendo o porque da transformação, isso é impossível de se acontecer, gente não se transforma em bicho!
Agora eu, exasperada, sem saber o que fazer, entro na caixa a procura de explicação e lá eu encontro um pedaço de papel grosso e cheio de letras. Ali dizia_ Espero que cuide com muito carinho este preciso bichinho, pois ele é sua vida. Se não o tratar com o devido carinho punições lhe serão aplicadas. Então pense duas vezes antes de fazer alguma arrogância e pense mais nos outros, mesmo que seja um mero animal, no qual não possuí consciência alguma. Saudações S. M.
E depois de alguns anos morrera, em sua vida curta e mesquinha. Na forma que realmente merecia.