Buscando o amanhã I - Prólogo

N/A: Estarei publicando sobre o título "Buscando o amanhã" um romance que escrevi há cerca de cinco anos atrás, para um projeto de escola. Como encontrei o arquivo perdido, achei interessante compartilhá-lo. As referências históricas não estão totalmente fiéis a realidade, já deixo claro, mas sejam compreensivos, eu tinha apenas 13 aninhos.

Espero que agrade.

Obrigada pela atenção.

PRÓLOGO:

Lentamente, ela passava as mãozinhas miúdas sobre as pedras do colar de mãe, que brilhavam a luz dos raios de sol que penetravam as janelas. Sabia que não devia mexer nas coisas de sua mãe sem a permissão dela, mas as jóias eram tão bonitas, que simplesmente não podia evitar.

Deitada de bruços sobre a cama dos pais, Irene analisava as pedras preciosas dos colares, anéis e pulseiras da mãe, enquanto imaginava-se grande, usando-as nas festas que frequentaria.

Quando a porta do quarto abriu-se rapidamente, Irene se sobressaltou, colocando a jóia que admirava dentro da parte superior do vestido. Sua mãe entrou apressada e aproximou-se da filha. Irene já esperava uma reprimenda, quando sua mãe a abraçou com força e disse:

-Minha querida, esconda-se embaixo da cama, e não saia de lá por nada. Fique bem quietinha, está bem?

A menina obedeceu, encolhendo-se embaixo da cama e espiando por baixo da bainha do lençol.

Alguns minutos se passaram quando um par de botas entrou no quarto.

-Então é aí que a senhora se esconde. – Disse a voz do homem.

-Não tenho motivos para me esconder, senhor. Tampouco para fugir. Se acham que eu cometi algum delito, então irei acompanhá-lo para esclarecermos esse mal entendido. – Disse a voz da mãe de Irene, sem titubear.

O homem deu uma gargalhada medonha.

-Então vamos, senhora. Acompanhe-me para que seja julgada. – Disse ele em tom de deboche.

O homem e a mãe de Irene deixaram o aposento, deixando para trás a menina, que não entendia o eu se passava. Pensou em sair do esconderijo e ir atrás da mãe, mas era uma menina obediente e sua mãe lhe mandara ficar escondida.

O tapete do quarto era tão macio, que a pequena Irene não resistiu, adormeceu ali.

Quando abriu os olhos, ouviu um som de grande alvoroço. Havia muitas vozes e gritos. Ela saiu do seu esconderijo e correu até o primeiro patamar da residência. Só então notou que haviam ateado fogo na casa.

Assustada, ela correu para a porta dos fundos e não parou até chegar ao estábulo.

O criado que cuidava dos cavalos estava lá.

-Jovem senhora, venha comigo, iremos para a casa de sua tia. – Disse ele.

Irene seguiu até ele.

-O que está acontecendo? Onde está a mamãe? – Perguntou a menina.

-Sua mãe teve de fazer uma pequena viagem. – Disse ele. – Agora venha, criança, devemos seguir até a casa de sua tia Adelaide imediatamente.

Irene subiu na carruagem e logo estava a vários metros de seu lar. Mal sabia ela, que jamais retornaria àquele lugar.