um mundo quase perfeito
Era um dia normal. Ela passou no centro da cidade e comprou com o cara de sempre a melhor maconha da cidade. Saiu andando totalmente louca pelas ruas do lugar e encontrou uma amiga por ali, sentaram embaixo de uma arvore e dividiram o baseado como faziam desde que começaram aquela moda há 2 anos.
Viram com os olhos turvos quando garotinhas de no máximo 12 anos entravam em carros que certamente não eram dos seus pais, e meninos da mesma idade com uma garrafinha de alguma mistura ilícita nas mãos. Mendigos que caminhavam por ali, pessoas que não comiam há muito tempo.
Observaram as crianças menores ( as de 4 ou 5 anos) pedindo algum dinheiro. Algumas não conseguiam, geralmente a pessoa dentro do carro fechava a janela, as poucas que conseguiam levavam para alguém mais velho, que estava sentado à sombra, esperando aquele dinheiro. Eram apenas 10 horas da manhã, aquelas crianças deveriam estar na escola. Mas pensando bem, elas duas também deviam.
Depois que o cigarrinho de maconha acabou ela tirou seus óculos escuros de grife da bolsa caríssima e ficou por ali ainda sentada se “recuperando” e olhou pro céu acima de sua cabeça, azul, muito azul. “que dia lindo!” ela pensou. Olhou para a amiga, esta se encontrava de olhos fechados, respirando fundo, curtindo aquele dia, que não poderia ser mais “perfeito.”
Não mesmo???