Noite de vampiro

Acordo. Olho o relógio, ainda são 20:00 hs, mas estou com sede. Sede de sangue. Não me alimento a 2 noites. Não que me falte vítimas, porém, eu sou diferente. Prefiro seduzir meu rebanho. Ganhar intimidade. E só depois sugar cada gota de sangue sentindo o prazer da morte e da sedução.

Ainda são 20:00 hs, procuro uma bolsa de sangue em minha geladeira já sabendo que ela não existe. Decido caçar. Saio de minha casa em busca de uma boate. Los Angeles é uma ótima cidade para um vampiro como eu. LA, como prefiro chamar, é uma cidade de pessoas libertinas que fazem tudo pelo prazer. Não há moral aqui.

Chego em minha boate preferida. Essa boate já foi uma catedral gótica, entretanto hoje em dia é um recinto de prazer carnal. Triste para Deus, feliz para nós. Adoro a sensação causada pelo gótico e pela má iluminação proposital do local. A boate é obscura, ótima para o beijo do vampiro.

Já dentro da boate encontro uma bela mulher. Uma ruiva de pela alva, pernas bem trabalhadas e com um andar extremamente sedudor. Enquanto a admiro, ela olha me olha de esgelha e me devolve um belo sorriso. Sorrio de volta. Essa é a minha deixa. Vou até ela e digo:

“Mas que modo de andar é esse? É extremamente sexy”

“Obrigada”

“Estou curioso para saber se você é mais que esse belo andar”

Sempre gostei de mulheres inteligentes. Para que matar uma bela mulher, se posso matar uma gostosa inteligente.

As pupilas da minha vítima está dilatada. Ela está excitada, pelo jeito sou o primeiro a não se interessar só pela sua beleza.

“O que você faz da vida?”Eu pergunto

“Sou enfermeira, acabei de me formar”

“Então é uma mulher estudada, que gosta de cuidar das pessoas”

“Sim, gosto muito”

“E como você se sente cuidando das pessoas?”

“Ah, é a melhor sensação que já senti”

“Tem certeza?Eu posso fazer você sentir o gosto do inferno com um toque”

Nesse momento ela toca minha mão e morde seus lábios levemente. Já ganhei ela.

Após trocar-nos pequenas carícias, levo ela a um motel. Dentro do quarto aprecio novamente a minha vítima. Vou até ela. Quase passo a mão por todo o seu corpo, bem devagar. Rapidamente rasgo a sua blusa. Pousa minhas mãos em seus seios. Sinto o calor do seu corpo e a maciez de sua pele. Afasto o cabelo dela do pescoço... Já posso sentir o gosto do sangue.

Dou um beijo no pescoço dela e deixo meus dentes entrarem na carne dela.

Sensação magnífica. Enquanto sugo o seu sangue sinto total comunhão com a vítima. Sinto o que ela sente. Sinto o prazer da alimentação junto com o pânico sentido por ela... Dor e prazer juntos, criando um grande gozo, que some com a última gota de sangue.

Solto a vítima no chão.

Felipe Bosi
Enviado por Felipe Bosi em 23/01/2010
Reeditado em 07/03/2010
Código do texto: T2047234
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.