AH BAHIA II

A segunda viagem a Salvador foi por ocasião do carnaval. O famoso carnaval baiano com seus trios elétricos! O convite para a viagem partiu de meu amigo que fora transferido para lá e sua namorada baiana, muito festeira e animada. Tanto insistiram que aceitei o convite. Em cima da hora com quase todos os vôos lotados. Consegui embarcar, fiz uma viagem tranquila sem confusões no aeroporto e sem turbulências no céu.

Como havia avisado minha amiga baiana sobre a viagem ela logo se prontificou a me buscar no aeroporto. Dirigi-me ao carro para guardar a mala no porta-malas do chevetinho prata que para minha surpresa não tinha fundo, ou melhor, tinha um buracão no assoalho. O carro também estava sem o banco do carona de modo que durante o trajeto até o hotel tive de carregar a mala no colo. Minha amiga baiana insistiu em hospedar-me e foi custoso convencê-la de que eu já tinha reservas no hotel.

O hotel ficava defronte a praia de Itapoan e da janela do quarto podia se avistar a praia. Meu amigo deveria voltar tarde do trabalho já trazendo a namorada para eu conhecê-la e jantarmos juntos os três.

Como estava descansada, eu fui até a praia caminhar na areia e beber uma água de coco. Havia um grupinho de pessoas sob uma das barracas cantando e dançando. Caminhei de volta ao hotel e entrei num banho frio.

Quando meu amigo e a namorada chegaram, eu já estava pronta para a folia. Rumamos para a Praia da Barra onde a animação começara cedo. Eu decidi comprar uma camisa vendida por integrantes de um bloco para ficar no clima carnavalesco.

Para o jantar escolhi um prato de carne de sol, com feijão de corda e pirão de leite. O casal bebeu chope enquanto beliscava a carne.

O povo não parava de chegar e os já chegados dançavam o tempo todo. O som do trio se aproximando deixava todos mais animados ainda. O trio chegou e foi uma apoteose. Os baianos pulam e cantam o tempo todo. Diferem do carioca que samba movimentando pés e quadris. Mas o carnaval é uma festa e muita alegria em qualquer lugar do Brasil.

Dia seguinte a amiga baiana convidou para ver o carnaval no Pelourinho. Dizia ser o mais animado da Bahia. Sugeriu-me comprar uma mortalha para entrar no bloco, todavia eu preferi usar a camisa comprada na noite anterior e assistir de fora a passagem dos blocos.

Depois de algumas horas assistindo de pé o desfile e a animação do povo eu decidi me sentar numa mureta ou degrau de um sobrado para descansar. Retirei as sandálias colocando ao meu lado para dar um refresco aos pés.

De repente, alguém passa correndo e surrupia as sandálias em plena luz do dia. O remédio foi voltar descalça para o hotel evitando pisar em cacos de vidro. Só não consegui evitar pisar numa bola de chiclete cuspida na calçada. Eca!