ANJINHO CRIATIVO
ANJINHO CRIATIVO
No passado as crianças eram talhadas no mesmo molde, todas bem educadas, gentis e obedientes, mas pensar pensavam pouco, porque viviam sob as diretrizes dos pais, só sabiam obedecer as ordens dos mais velhos sem protestar; mesmo sem nenhum parentesco, elas obedeciam aos adultos, porque era assim que devia ser.
Dentro daqueles costumes arcaicos, criança não entrava nas conversas, não tinha direito a opinião sobre coisa alguma, seu único direito era obedecer e seguir as regras ou seria castigada, mas com a mudança do jeito de pensar dos pais de agora, meninos e meninas tem opinião formada sobre todos os assuntos e os expõe livremente sem medo.
Comparando o modelo de educação do século passado com o de agora, fica a pergunta: qual dos dois é o certo? Na verdade essa é uma pergunta sem resposta, porque ninguém tem certeza da verdade; as crianças antigas eram obedientes, cresceram e são bons cidadãos e como são os pais e mães atuais, fica para eles o dever de provar que estão certos.
Para Gustinho, nada disso importava, ele quer é se divertir e desfrutar dos direitos concedidos hoje as crianças, mas ele é um menino diferente, porque é muito bem educado; diferente da multidão de crianças grosseiras, sem limites e desbocadas, ele é gentil, bem falante e além de seu português correto, ainda dá passeios pelo idioma inglês, ele é uma graça.
Quando as pessoas conversam ele espera educadamente sua vez de falar, mas as vezes ele se cansa de ser ignorado e como é um menino extremamente criativo, ele dá seu jeito de ser notado e sempre de maneira muito engraçada, mas certa vez ele se superou, porque sua imaginação foi muito longe, foi para os lados do mar.
A mãe de Gustinho conversava com alguns amigos e o menino ali de lado, aflito para entrar na conversa, mas ninguém notava aquele homenzinho de menos de cinco anos, então ele se colocou no meio da sala, levantou as mãozinhas e disse bem alto: Interessante, vocês já repararam que o escorpião se parece muito com a lagosta?
Foi um espanto e todas as atenções se voltaram para ele, que sustentou uma longa e proveitosa conversa com as visitas sobre esse e outros assuntos da mesma importância; depois para encerrar sua performance ele cantou uma bonita balada em inglês, sem perder uma só silaba e ficou ali provado que a educação moderna, se bem conduzida pode dar ótimos frutos. Viva o Gustinho, genteeee...
Maria Aparecida Felicori { Vó Fia }
Texto registrado no EDA