Histórias Entrelaçadas O Guarda-chuvas - 2° Parte

Isidoro não acreditou! Ao virar a rua da casa dela, La estava ela debaixo do guarda -chuvas daquele moleque safado.

Tinha vindo com o seu guarda -chuvas, novinho em folha dentro da capinha, para não molhar só para ela ver como era bonito. Ficou com tanta, mas tanta raiva que nem percebia o molhado da chuva.

Não sabia, mas era ciúmes o que sentia, foi indo atrás deles, sem que notassem, até a escola. Viu quando ela entrou sem nem falar tchau para o menino. Entrou também, passou por ele dando um esbarrão bem grande quase o jogou ao chão, olhou desafiadoramente e disse: "não olha por onde anda não é?".

Entrou na classe, não sentou na sua carteira, ao lado dela. Não conseguia entender e controlar seus sentimentos. Estava confuso. Não sabia o que fazer. Molhado e com frio. Sentou numa carteira, a frente dela umas duas, mais para a esquerda, perto da porta. Seu desejo era virar o rosto, saber se ela estava sentindo a falta dele a seu lado.

Durante a aula toda, não conseguiu prestar atenção em nada, sorte que a professora, não o chamou.O roupa secara em seu corpo, estava tremulo, com dores de cabeça, não estava sentindo nada bem. Espirrou, a professora veio até ele, sua cabeça, pendeu sobre a carteira, ela pôs a mão em sua testa, estava febril. Pediu que pegasse seus materiais, e amparando levou-o até a secretária. Lá deram um remédio e ligaram a sua mãe, para que fosse buscá-lo. Não se sentia nada bem. Mesmo assim, só pensava nela, será que ficara preocupada com ele? Será que iria embora no guarda chuvas daquele safado? Tinha vontade de voltar para a classe. Sua cabeça rodava, dormiu. Quando acordou estava em sua cama, em casa. Sua mãe, com ar de preocupada estava ao lado da cama. Com a mão em sua testa, disse "Graças a Deus a febre abaixou, passou a noite febril, está com fome? A mãe vai lhe trazer um lanche." Disse e saiu à cozinha para preparar.

Só em seu quarto, lembrou dela, será que pensava nele também? Sua mãe era sua melhor amiga e confidente, conversaria com ela sobre o que estava sentindo.

Quando sua mãe voltou, estava ansioso, mas primeiro ela quis que terminasse o lanche. Ao fim, recolheu a bandeja, sentou a seu lado, na cama, fez com que deita-se a cabeça em seu colo, enquanto acariciava seus cabelos, pediu para falar o que tinha em sua mente.

Mãe, eu a vi com outro menino, mãe, fiquei com uma raiva tão grande, ela estava debaixo do guarda-chuvas dele, foram conversando até a escola, nem me viram, ela não olhou pra trás nem uma vez, mãe.

Começou a chorar, sem saber por que. Sua mãe esperou-o desafogar o peito, sabendo que eram as primeiras, mas não as últimas lágrimas que por amor derramaria.

Abraçou de encontro ao peito, beijou seu rosto, sua boca, sorriu para ele. “Quando falou sua voz era terna, carinhosa, como só mãe sabe falar:” Isidoro, meu filho, por que não a chamou e abriu seu guarda chuvas? Estou certa que ela viria até você. Porque não foi sentar com ela, o lugar não é seu? Porque não disse que gosta dela? Amanhã, se estiver melhor, vai fazer tudo isto.

Ouvindo sua mãe, pensou em como era possível ela saber de tudo, falar sempre a coisa certa a fazer.

Tocaram a campanhia, sua mãe foi atender.

Ao voltar, disse ser alguns amigos da escola que vieram visitar, saber como estava. Enquanto falava, penteava seus cabelos, arrumava o pijama, colocava-o melhor posicionado na cama, e esticava as cobertas.

Quando abriu a porta para os amigos da escola, seu coração quase parou, quando entrou...Poesia.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 11/01/2010
Reeditado em 19/09/2010
Código do texto: T2022774
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