SUPER MAN (O DESTINO)

Não é de hoje que nossa sociedade tem a necessidade de eleger seus super-heróis, há cerca de 72 anos adotamos em nosso planeta a figura do Super Man, dono de inúmeros super poderes, capaz de enfrentar todas as dificuldades e armadilhas dos vilões do mal, o bom mocinho Clark Kent, egresso do planeta extinto Kryton, vestindo sua capa vermelha, sobrevoando pelas paragens dos nossos céus, aterrissou pelas bandas de cá.

Em tempos modernos, certamente algumas das suas parafernálias, talvez nem sejam tão surpreendentes assim. Tamanho o avanço da tecnologia que enfrentamos, nossos cientistas vira e mexe, desenvolvem seus robôs com recursos cada vez mais sofisticados, capazes inclusive de demonstrarem a sensibilidade de um ser humano.

Em épocas de intensos desmatamentos, desrespeitos flagrantes contra a natureza, erosões, maremotos, tsunamis, como poderia se comportar nosso super-herói, teria ele poderes para conter a quantidade de CO2 que despejamos na camada da atmosfera?. Será que o homem de Kryton terá que se mandar e procurar outra casa pra morar?

Na conferência de Copenhagen, se o Clark Kent estivesse por lá, será que o acordo para a redução de emissão de gases teria sido melhor, ou naquele encontro teríamos escolhido os super-heróis errados para decidirem nossos destinos?

Ohhh, Então quem poderá nos salvar? - O Chaves...? bem,...Esse a Venezuela já tem o que merece.

Até quando estaremos nas mãos de vilões, encapuzados de super-heróis para decidirem se o arroto do boi é ou não prejudicial à camada de ozônio?

A saga do repórter tímido que se esconde atrás de um óculos preto, permanece até hoje nas bancas de revista, nos cinemas e na televisão, sobrevivendo a todas intempéries do nosso mundo civilizado, porém a verdadeira aventura que enfrentamos está nos pequenos atos do dia a dia, nos bastidores dos hábitos saudáveis que cada cidadão precisa desenvolver, seja na simples separação do lixo reciclado, na idéia de que cada casa possa ter uma árvore plantada na sua calçada, seja ela nos prédios bonitos da avenida atlântica ou à beira das favelas da avenida Brasil, ou ainda na substituição de hábitos alimentares, diminuindo o consumo de carne animal, reduzindo sensivelmente a indústria agro-pecuária, grande responsável pelo desmatamento de nossas florestas.

Quem poderá salvar os pés de murici, do cupuaçu, do açaí e do taperebá?

Quem lembrará que um dia existiu, o peixe-boi, pirarucu e o tamanduá?

O Jim das Selvas, o Tarzan com a sua Jane, e ou até mesmo o Mogli, no mundo contemporâneo, certamente teriam sido banidos de seus habitats, através dos garimpeiros e dos fazendeiros que exploram as suas áreas produtivas para sustentar nossas demandas avassaladoras e consumistas.

No futuro, algo que já está logo ali virando a esquina, o super-homem será aquele que melhor souber respeitar o direito do seu próximo, mais sensível às leis da natureza, provavelmente até poderá sobrevoar os céus com as suas capas vermelhas recicladas de um material ultra-resistente, todavia terá que ter cuidado de não ser atropelado por um urubu desatento que por um descuido fortuito, resolveu atravessar a rota que não lhe cabia, porque o lixo que lhe pertencia agora já fora todo reaproveitado.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

27/12/2009