Através do bosque.... part 2.

Semanas se passaram sem que aquele sonho perturbador sumisse de minha mente. Era angustiante lembrar da face aterradora daquele homem tão sedutor. Eu não sabia o que ele queria, não sabia o porque ele me seduzia naquele sonho, mas enfim, era apenas um sonho. Pelo menos era isso que eu incasavelmente pensava, e se era isso porque eu estava novamente no bosque? Porque eu insistia em caminhar pelas folhas, ouvindo os ruidos da natureza? Parte de mim desejava que aquilo fosse verdade, eu sabia disso, só não queria ter que admitir. Era vergonhoso demais, não queria pensar mais, deveria simplesmente ficar quieta, calar-me e ir embora. Sendo assim, parei apoiando-me em uma arvore e olhando a minha volta. Havia me distanciado bastante da orla do bosque e seria uma boa caminhada de volta. A lanterna em minha mão tremia levemente denotando meu cansaço. Um arrepio toma conta de meu corpo, a minha volta nada além da escuridão provocada pela mata. Volto a andar, acelerando meus passos quase que numa louca corrida. Sentia-me vigiada, como seu um predador estivesse prestes a atacar sua presa, no caso euzinha.

A cada passada eu ofegava mais, estava exausta, mas sentia como se algo estivesse atrás de mim. Algo me seguia e talvez pularia em meu pescoço e me mataria, destroçaria meu pobre corpo e ninguém descobriria o que aconteceu comigo. O arrepio se intensificou e eu corri ainda mais, porém um tronco parou bruscamente com meu impeto de salvar minha pobre vida e eu fui ao chão. O corpo dolorido, mal consegui me virar para poder olhar nos olhos daquele homem. Ele estava parado a poucos metros de distância, me olhando com um ar malicioso e misterioso. Abafo um grito tentando me levantar, mas ele se aproximava.