A sentença (CONTO)

Carlos era um músico em início de carreira...Certo dia num encontro desses profissionais, conhecera uma moça (também música), e tiveram um amor esporádico, porém intenso...

Como todo relacionamento, o deles também no início, era um mar de rosas e encantos, afagos e abraços. A moça chamava-se Carine, muito possessiva e desconfiada. Todas as pessoas que se aproximavam de Carlos, eram "caso" dele, mas Carlos acreditava que esses "caprichos" da mulher fossem sentimentos naturais como qualquer mortal que não quer perder a pessoa a quem ama... Tratava-se de uma ideia fixa de Carine (Todas as pessoas com as quais Carlos se aproximava, eram caso dele, inclusive pessoas do mesmo sexo)...

Carine era tomada por esses sentimentos todos os dias, e já não mais dormia. Vegetava... Chegou até a pagar detetives para investigá-lo, mas nada encontrou que o incriminasse. Carlos era fiel, inocente, mas Carine tinha um detetive na própria alma, que havia encontrado infidelidade. Este tal "detetive", tornara-se um "promotor de Justiça", e se pôs a acusá-lo...

A jovem Carine era atenciosa e levava café-da-manhã todos os dias a Carlos, mas ele não sabia que o "detetive" e ao mesmo tempo, "promotor de Justiça" que vivia na índole de Carine, havia se tornado um "Magistrado", e que o veredito final já existia: A pena de morte!

Certa manhã, após uma noite intensa de amor, ela sorridente como de praxe, fora buscar a primeira refeição do dia para Carlos. Havia na cozinha, uma substância mortal. Carine não hesitou, adicionando-a ao café de Carlos, que bebera inocentemente...

Carine fizera um olhar romântico e apaixonado, deitando-se na cama, colocando a mão ao queixo numa posição de descanso, fitando o olhar em Carlos serenamente, deixando escapar um singelo sorriso... Carlos começara a se debater, a voz sumira e Carine assistiu a Carlos, esvaindo-se lentamente...

Carine, beijara a boca do ex-amado, dizendo:

- Agora você é só meu, Carlos. Não será de mais ninguém...