Solte o passarinho...

Joãozinho acordou bem cedo e deitou-se junto ao pai na cama, acariciando seus cabelos loiros, o pai já imaginava como seria seu dia no trabalho, até que João interrompeu seus pensamentos:

- papai me dê um passarinho?

- Um passarinho?

O pai saiu para o trabalho já pensando que teria que comprar-lhe o bichinho, mas seria bom, pois o filho teria com o que se divertir.

A gaiola era linda, dentro, um passarinho branco e amarelinho. Joãozinho ficou encantado e em seus olhos rolaram pequeninas lágrimas de emoção:

-É meu papai? Vou poder brincar com ele?

O pai acenou com a cabeça, e logo foi procurando um lugar para a linda gaiola.

No dia seguinte, quando Joãozinho acordou, foi logo dar comida pro amiguinho, e assim foram vários dias, o pai estava contente, pois o garotinho agora tinha algo para lhe dar alegria.

O passarinho cantava todas as manhãs, e Joãozinho pensava: ele está feliz, por que eu estou aqui cuidando dele...

Certa manhã, o passarinho parecia triste, não cantou. Joãozinho pensou que ele poderia estar doente, então o levou ao veterinário:

- Moço, ele é um passarinho muito feliz, todos os dias ele canta, está sempre alegre, e hoje ele não cantou, o senhor pode curá-lo? Ele é o meu melhor amigo!

Depois de examiná-lo, o velho senhor, orientou o garoto:

- Criança, você gosta de correr, jogar bola, tomar sorvete...?

_ Claro!

_ o Passarinho também gosta de voar, lá no céu, junto com os outros pássaros... Ele está triste, mas isso vai passar e quando ele acostumar voltará a cantar, fique tranqüilo.

O garotinho voltou para casa, e quando seu pai chegou, disse:

-Papai, solta o passarinho.

- Mas se eu soltá-lo vai embora, não vai ficar aqui com você...

- Se ele quiser ir embora, pode ir, mas vai estar feliz e vai cantar todas as manhãs, mas se ele for mesmo meu amigo voltará para me visitar...

O pai ainda rejeitou a idéia:

- Mas filho, custou dinheiro.

- É pai, pode tirar da minha mesada, eu compro a liberdade dele.

E assim foi... Todo dia Joãozinho, ia até a janela com a esperança de encontrar o passarinho, passava pela gaiola, e lembrava-se de seu canto.

Um dia o pai o viu triste e disse:

- Não falei a você, não poderíamos tê-lo soltado, agora ele nunca mais vai voltar...

- Mas ele está feliz, um dia se ele voltar, não deixará de cantar...

E no outro dia estava lá tomando seu café da manhã, quando na janela apareceu um passarinho todo amarelinho, cantando, pelo ar.

O Verdadeiro amigo sempre está por perto...