"A FOME E A VONTADE DE COMER" Conto de: Flávio Cavalcante

A FOME E A VONTADE DE COMER

Conto de:

Flávio Cavalcante

Mesa farta, convidados a posto como se tivessem numa disputa de formula 1 ou na corrida de são silvestre. Os descansados ladinos e convidados estavam rodeados á imensa mesa para um banquete oferecido pelo poderoso banqueiro Canuto, que resolveu dar uma espécie de confraternização de final de ano para os amigos. Só que uns amigos chamaram outros amigos e repentinamente a mesa estava repleta de pessoas que o ministro jamais havia visto em lugar algum. Mas por serem convidados de seus convidado ele não fez como de costume expulsar de um a um.

Murmúrios em geral, parecendo uma feira ou uma exposição de animais. Uma poluição sonora que já estava levando o anfitrião á uma bela dor de cabeça; enquanto os barulhos gritantes de garfos, facas, entrelaçavam numa fusão juntos com os murmúrios, aumentando cada vez mais o dor que o ministro estava sentindo. Sem poder fazer nada para poder não se tornar deselegante perante os amigos convidados, teve que agüentar calado, mas seu subconsciente diz em tom alto. “NUNCA MAIS”.

Mas os famintos não queriam saber. Estava já de garfos e facas á punho esperando o garçom passar para o ataque como um monte de urubus em cima da carniça. Parecia que este convidados não viam comida na sua frente há bastante tempo. O ministro nunca tinha passado por uma situação tão constrangedora. Chamou o garçom e falou. “DE CADA PRATO, GUARDA UM POUCO DE CADA GULOSEIMA SE ESSAS CRIANÇAS FAMINTAS VÃO DEVORAR TUDO E EU VOU FICAR COM FOME” O garçom recebeu e obedeceu ás ordens do seu patrão.

A fartura era vista á olhos nus. Guloseimas dos mais variados pratos e os famintos devoravam tudo como se fosse a última que tivessem comendo na vida.

O anfitrião boquiaberto com aquela situação ficou de fora com medo de encarar as feras, pois pareciam uns bandos de cães famintos e como se tratava de seres humanos, ele achou uma falta de educação de tamanha tremenda.

Estava estampada na cara do afortunado a insatisfação da presença dos convidados de seus convidados; enquanto eles mesmos não estavam nem aí e uns rasgavam coxas de peru, outros arrotavam na mesa, sem nenhum pudor e educação. Uma mulher o xingou de mal educado. Uma verdadeira bagunça.

No meio daquela confusão, o que restou de toda guloseima posta na mesa foi exatamente uma suculenta coxa de peru. A marcação dos olhares desejosos em cima do último pedaço, era de assustar o anfitrião, que fez questão devido a sua nobreza de oferece o último dos pedaço para os famintos abocanharem de uma vez por todas e definitivamente acabar com aquela farra indesejada.

Começou então a sessão do oferecimento. Fulano, pode pegar o último pedaço que sobrou, Sicrano, pode ficar á vontade, o último pedaço pode ser seu. E assim ele ofereceu para todos presentes e ninguém aceitou, mas não era isto que os olhares diziam. Todos falaram que estavam satisfeitos. Repentinamente, acabou a luz e ouviu-se logo em seguida um grito aterrorizante, simultâneo e continuativo. A volta luz, deixou claro um cenário estarrecedor e seria cômico se não fosse trágico. O anfitrião com a mão abocanhada na coxa do peru e todos os garfos cravados em sua mão. Resultado disto. O afortunado acabou de vez com a festa, ficou irado. Botou todo mundo para fora de sua residência e prometeu nunca mais fazer gracinhas pros outros rirem.

- FIM -

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 12/12/2009
Reeditado em 12/12/2009
Código do texto: T1973796
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