O Churrasco

-Pai! Ó Pai! Vamos embora. Vamos ter que pegar a Amanda pra depois irmos.

-Estou indo. Estou indo! Caramba que pressa! O churrasco nãovai sumir.

Desço as escadas correndo. Verifico se tudo está em ordem, luz apagada, portas fechadas

Abro a porta da sala, meu filho tirou o carro da garagem, fecho a porta e o portão, dou uma última olhada. Entro no carro e vamos. Primeiro pegar a namorada do Renan, Amanda em São Bernardo.

No caminho meu filho diz que é o primeiro que faz na nova sede da Empresa para que os familiares dos sócios conheçam-se.

Quando chegamos já esta na porta, entra e partimos. Muito bonita minha norinha e simpática.

Chegamos. Elogio meu filho. Gostei do lugar. Entramos. Sou apresentado a todos, alguns conheço a muito, estudaram no Rui Bloem com meus filhos. Pais, mães, irmãos, etc.

Churrasco no fundão. Cerveja. Muito bate papo. A rapaziada, principalmente as meninas gostam de conversar comigo, de escutar. Quando dou conta mães e demais mulheres também. Fico com receio, não quero falar bobagens, sabe com é sempre fui fraco pra beber.

Mas desde que descobri o prazer da prosa e da poesia, ditas sem medo de parecer ridículo descobri que a alma feminina é mais sensível a isto.

Nunca tive problemas para conversar com sexo oposto, na verdade sempre tive mais prazer em dialogar com mulheres do que homens, tanto que nunca fui de ficar em bares, a não ser num período em que tive depressão.

Ótimo, musica. Let’s dance! È a minha praia. Adoro dançar. Não é para me gabar, mas danço bem e de repente viro atração, todas querem dançar comigo. Não me faço de rogado, atendo todas.

No fim da festa, dizem não parecer que tenho 60 anos. Mas tenho sim, a diferença é o que dizia antes, Deus deu a nós o que demais nobre e caro há no universo: a Vida e não podemos desperdiçá-la nos lamentando, falando de doenças e coisas tristes. O que nos dá a vida é o sexo, temos que fazer todos os dias, a sós ou acompanhados, senão perde-se a vontade de viver, vai-se para bares, frente da televisão, cria-se barriga e vive-se a falar mal de quem o faz e a cuidar da vida alheia.

Numa certa idade, disse a filha minha:” A não muito tempo atrás a mulher quando nascia pertencia aos pais. Quando namorava ao namorado. Quando noiva ao noivo. Quando casava ao marido. Quando tinha filhos aos filhos. Quando tinha netos aos netos. Já mais pertencia a ela mesma. Quando a mulher descobriu que podia ter prazer sem engravidar, virou dona de seu corpo e de si mesma e libertou-se, foi estudar ser doutora, motorista, escritora o que quisesse, pois não precisa depender de ninguém a não ser de sua capacidade e competência"

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 28/11/2009
Reeditado em 23/06/2010
Código do texto: T1948897
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