A flor que não voava
Queria o céu, o sol a imensidão... Tudo de bom de montão, mas tinha raízes presas ao chão. Queria o ar das montanhas respirar, o infinito alcançar... Mas tinha caule curto e folhas delicadas. Queria tudo ver e saber, queria mais do que ser... Mas carregava espinhos e era cercada de matinhos. Queria alcançar os rios, navios, vazios... Mas só alcançava vinte centímetros acima do chão.
Mas teve do sol o calor, o ar na brisa, a visão nos sonhos e o saber na experiência... E numa fria noite de inverno, pôde sentir o orvalho molhar suas pétalas.
Deixou-lhe um pouco de tudo de bom do mundo, e a terra fértil a fez crescer, ficando cada vez menos longe do céu... Mas outra noite veio muito fria... E a bela flor à terra volveu.