A DANÇA POPULAR-, Lia Lúcia de Sá Leitão 16 /11/2009

Seguindo a ordem das idéias agora retomaremos a questão do FOLCLORE BRASILEIRO com a apresentação das músicas, danças e festas populares.

As danças populares venceram as barreiras graças ao dinamismo da divulgação feita pela mídia moderna em relação aos usos e costumes do povo brasileiro nas diversas regiões, como também a revelação do maravilhoso mundo da cultura popular através o turismo. As principais danças folcloricas brasileiras são: samba, baião, frevo, xaxado, maracatu, tirana, catira.

As danças servem para o encantamento, diversão, graciosidade erotismo, semsibilidade, costumes e crenças do povo brasileio, seus hábitos e calendários fixos de festas populares não permitem que a grande população esqueça suas datas permitem assim que todos participem dos festejos. As principais festas de calendário nacional são: Carnaval, Festas juninas. As festas religiosas são regionais como Festa do Rosário, Festa do Divino. As festividades populares lembrando a Idade Média e a chegada dos colonizadores ao Brasil também tem suas datas específicas porém também são celebradas de acordo com a região.temos assim o Congado, a Chegança e as Cavalhadas.

PANORÂMICA SOBRE AS DANÇAS E FESTAS POPULARES BRASILEIRAS.

Podemos ressaltar a influência da dança nas aglomerações populares influenciando inclusive para a formação das festas populares. Concluimos que:música depois a dança e porfim os movimentos de concentrações populares deu origem aos festejos.

O SAMBA – historicamente o samba tem suas raízes na Africa, trazido pelos negros era uma forma de lamento que foi ganhando mais ritimo e mais alegria e incorporou-se a formação cultural brasileira servindo inclusive de união nacional assim como a língua portuguesa. O povo brasieliro conhece o samba desde o Sul ao Amazonas. O samba é executado com instrumentos de percursão e acompanhado por instrumentos de corda como o violão e cavaquinho. O marco inicial da gração em discos no Brasil foi a gravação Pelo Telefone dos autores Mauro de Almeida e Donga na primeira década do século XX, no ano de 1917.

Pelo Telefone

Donga

Composição: Donga

O chefe da folia

Pelo telefone manda me avisar

Que com alegria

Não se questione para se brincar

Ai, ai, ai

É deixar mágoas pra trás, ó rapaz

Ai, ai, ai

Fica triste se és capaz e verás

Tomara que tu apanhe

Pra não tornar fazer isso

Tirar amores dos outros

Depois fazer teu feitiço

Ai, se a rolinha, sinhô, sinhô

Se embaraçou, sinhô, sinhô

É que a avezinha, sinhô, sinhô

Nunca sambou, sinhô, sinhô

Porque este samba, sinhô, sinhô

De arrepiar, sinhô, sinhô

Põe perna bamba, sinhô, sinhô

Mas faz gozar, sinhô, sinhô

O “peru” me disse

Se o “morcego” visse

Não fazer tolice

Que eu então saísse

Dessa esquisitice

De disse-não-disse

Ah! ah! ah!

Aí está o canto ideal, triunfal

Ai, ai, ai

Viva o nosso carnaval sem rival

Se quem tira o amor dos outros

Por deus fosse castigado

O mundo estava vazio

E o inferno habitado

Queres ou não, sinhô, sinhô

Vir pro cordão, sinhô, sinhô

É ser folião, sinhô, sinhô

De coração, sinhô, sinhô

Porque este samba, sinhô, sinhô

De arrepiar, sinhô, sinhô

Põe perna bamba, sinhô, sinhô

Mas faz gozar, sinhô, sinhô

Quem for bom de gosto

Mostre-se disposto

Não procure encosto

Tenha o riso posto

Faça alegre o rosto

Nada de desgosto

Ai, ai, ai

Dança o samba

Com calor, meu amor

Ai, ai, ai

Pois quem dança

Não tem dor nem calor

O chefe da polícia

Com toda carícia

Mandou-nos avisá

Que de rendez-vuzes

Todos façam cruzes

Pelo carnavá!...

Em casas da zona

Não entra nem dona

Nem amigas sua

Se tem namorado

Converse fiado

No meio da rua.

Em porta e janela

Fica a sentinela

De noite e de dia;

Com as arma embalada

Proibindo a entrada

Das moça vadia

A lei da polícia

Tem certa malícia

Bastante brejeira;

O chefe é ranzinza

No dia de "cinza"

Não quer zé-pereira!

Coro (civis)

Me dá licença, não dou, não dou

Faça favô, não dou, não dou

Pra residença, não dou, não dou

Com pressa vou, não dou, não dou

Coro (madamas)

Do chefe é orde? não vou, não vou

Sua atrevida, não vou, não vou

Entrar não pode, não vou, não vou

Vá pra avenida, não vou, não vou

BAIÃO antigo BAIANO – O baião originou-se no Nordeste brasileiro é o encontro de culturas, a brasileira, a africana e a inígena, antigamente era conhecido como BAIANO do verbo bailar desencadeou na linguagem popular baiar ou baio ( de baile), essa explicação vem do Mestre Joaquim Ribeiro. O baião, assim como o samba atravessou o país e ganhou o gosto popular pela maneira sensual de suas execuções pelos pares que seguem os passos do balanceio, passos de calcanhar ou passos de ajoelhar.e o rodopio.

São utilizados instrumentos musicais como o agogô, triangulo e sanfona.

Baião

Luís Gonzaga.

Eu vou mostrar pra vocês

Como se dança o baião

E quem quiser aprender

É favor prestar atenção

Morena chega pra cá

Bem junto ao meu coração

Agora é só me seguir

Pois eu vou dançar o baião

Eu já dancei balancê

Xamego, samba e xerém

Mas o baião tem um quê

Que as outras dancas não têm

Oi quem quiser é só dizer

Pois eu com satisfação

Vou dançar cantando o baião

Eu já cantei no Pará

Toquei sanfona em Belém

Cantei lá no Ceará

E sei o que me convém

Por isso eu quero afirmar

Com toda convicção

Que sou doido pelo baião

O Frevo ganhou autenticidade nas ruas de Pernambuco em meados dos século XIX, foi uma mistura de gêneros como a marcha, o maxixe, e a capoeira. È um ritmo eletrizante, com suas performaces acrobáticas e hoje um ritimo que não pode faltar no carnaval pernambucano assim quem dança o frevo são passistas pois a sua evolução é conhecida por passo, hoje é simbolo dos passistas a sombrinha colorida que nos idos de sua formação por causa das rivalidades entres os grupos de capoeiras a sombrinha era utilizada como arma. A musica é executada por instrumentos de sopro e percurssão para marcar o ritimo frenético.A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão, rebuliço; apertão de acordo com o Vocabulário Pernambucano, de Pereira da Costa.

O BOM SEBASTIÃO

frevo-de-bloco de Getúlio Cavalcanti

Quem conheceu Sebastião

De paletó na mão

E aquele seu chapéu,

Por certo está comigo crendo

Que ele está fazendo

carnaval no céu...

Maracatu de Dona Santa

Nunca mais encanta

Ele já se foi,

Cadê o seu frevar dolente?

Seu andar descrente?

Seu Bumba-meu-boi?

Adeus, adeus, adeus Emília

Eu vou pra Brasília

Ele assim falou...

Meu carnaval vai ser bacana

Com a Mariana, ele comentou...

Por fim chegou a Manuela

Ele disse é ela

Minha inspiração...

E assim cercado de carinho,

Disse adeus, sozinho,

O bom Sebastião.

VALORES DO PASSADO

Marcha-de-bloco de Edgar Moraes

Bloco das Flores, Andaluzas, Cartomantes, Camponeses,

Apôis Fum e o Bloco Um Dia Só,

Os corações futuristas, Bobos em Folia,

Pirilampos de Tejipió,

A Flor da Magnólia,

Lyra do Charminon, Sem Rival,

Jacarandá, a Madeira da Fé,

Crisântemos, Se Tem Bote,

E Um Dia de Carnaval...

Pavão Dourado, Camelo de Ouro e Dedé

Os queridos Batutas da Boa Vista,

E os Turunas de São José,

Príncipes dos Príncipes brilhou, Lira da Noite também

ficou,

E o Bloco da Saudade assim recorda,

Tudo que passou...

O Xaxado é uma dança típicamente masculina, portanto não pode ser considerada dança de salão como o baião. Como Lampião já havia formado seu grupo de cangaceiros e corriam o interior nordestino a fazer toda sorte de miséia e banditismo, e as mulheres ainda não haviam se agregado ao grupo de bandoleiros, em cada acampamento o homens do bando criaram um ritimo com suas sandalias, se mostravam aos outros com suas armas e assim executavam as comemorações de seus feitos de contravenção da lei. Hoje a dança, tornou-se popular em apresentações folclóricas. O xaxado é uma criação das terras do Agreste Pernambucano e Sertão pernambucano. a areia do sertão. O xaxado é na verdade uma dança de guerrilha.

Caboclo Sonhador

Banda Xaxado

Composição: Maciel Melo

Sou um caboclo sonhador

Meu senhor, viu

Nao queira mudar meu verso

Se e assim nao tem conversa

Meu regresso para o brejo

Diminui a minha reza

Coracao tao sertanejo

Vejam como anda plangente o meu olhar

Mergulhado nos becos do meu passado

Perdido na imensidao desse lugar

Ao lembrar-me das bravuras de nenem

Perguntar-me a todo instante por Bahia

Neca e Quinha, como vao? ta tudo Bem?

Meu canto e canto onde canta o sabia

Sou devoto de Padre Cico Romao

Sou tiete do nosso Rei do Cangaco

E meu regaco cuminado em pensamento

E meu rebento segue onde eu quero chegar

Deixe que eu cante cantigas de ninar

Abram alas para o novo cantador

Deixem meu verso passar na avenida

Num forro fiado tao da bexiga de bom

O Maracatu Nação também conhecido como Maracatu de Baque virado é uma evolução de dança que marcam cerimônias de reis e rainhas africanos, o ritimo é forte e eletrizante, teve origem nas congadas as cerimônias negras de coroação dos nobres africanos.O maracatu Nação é uma manifestação popular que existe em todo o Brasil porém tem mais predominância no Estado de Pernambucofoi criado como uma resistência críticaa corte portuguesa. O maracatu Nação é composto por figurantes entre 30 e 50 personagens, o Porta estandarte, Rei Luis XV, as damas o paço e suas calungas, bonecas que representam a ordem religiosa daquela nação na África e simbolizam uma rainha falecida. A dança com as calungas deve ser executada na porta das Igrejas em homenagem a Nossa Senhora do rosário e a São Benedito, quando o Maracatu fica no Terreiro de umbanda homenageia os Orixás.Depois das damas do Paço segue a corte: Duque e Duquesa, Principe e Princesa, um Embaixador.Os instrumentos que marcam o ritmo são as percussões com tambores grandes, chamados alfaias, caixas, taróis, ganzás e um gonguê.

Amarelo Ouro

(Marcio Lozano)

Amarelo ouro,

branco Candomblé…

Quem é que sabe dizer: o que é, o que é!

Amarelo ouro,

branco Candomblé…

Quem é que sabe dizer: o que é, o que é!

Pra brincar esse Maracatu,

vem seguindo a multidão.

É mais forte o meu baque virado,

é mais belo o meu pavilhão!

Pra brincar esse Maracatu,

vem seguindo a multidão.

É mais forte o meu baque virado,

é mais belo o meu pavilhão!

Esse baque vem de além mar

foi trazido por Nação Nagô.

Esse baque é de Orixá,

é toque de tambor.

Esse baque vem de além mar

foi trazido por Nação Nagô.

Esse baque é de Orixá,

é toque de tambor.

Deixa o tambor ecoar

se espalhar na imensidão,

que esse toque é pra lembrar

a força da tradição.

Deixa o tambor ecoar

se espalhar na imensidão,

que esse toque é pra lembrar

a força da tradição.

Mãe África (Meu Maracatu chegou)

(Marcio Lozano)

Meu Maracatu chegou

pra arrastar a multidão.

Tem a força do tambor,

feito prece e oração.

Meu Maracatu chegou

com a força e o poder,

que Mãe África deixou

pra gente se entender.

Tem um baque que é forte,

que aponta o norte, a nossa intenção…

Tem o rumo da gente

soprado no apito do meu capitão.

Tem um baque que é forte,

que aponta o norte, a nossa intenção…

Tem o rumo da gente

soprado no apito do meu capitão.

A Catira ou cateretê, é uma dança caracterizada pelos passos, batidas de pés e palmas dos dançarinos. Ligada à cultura caipira, é típica da região interior dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás e Mato Grosso. Os instrumento utilizado é a viola, tocada, geralmente, por um par de músicos

Punhal da Saudade

Catira Brasil

Composição: Sulino

Tem dias que eu fico triste com os ares do mê de agosto

Coração fica amarrado e o pranto rola no rosto

Eu que éra tão alegre pra tudo eu éra disposto

Hoje eu vivo aborrecido pra mais nada tenho gosto

Os prazeres pra mim morreram hoje só resta desgosto

Quando eu escuto dois peitos cantando aduetado

De tanto que eu apreceio chego a sonhar acordad

No espelho da mente eu vejo a terra que eu fui criado

E os tempos da mocidade que sempre será lembrado

E os anos se encarregaram de sepultar no passado

Vejo as noites de luar e as campinas orvalhadas

As estrelas sintilantes no romper da madrugada

Rojão subindo pros ares e as festanças animadas

E os catireiros dançando de bota e espora prateada

Eu com a viola no peito cantando modas dobradas

Vejo os parentes e amigos e os meus pais que eu tanto quis

Nós ali tudo reunido naquele mundão feliz

Agora no fim da vida lembrando tudo o que eu fiz

A malvada da saudade no peito faz cicatriz

Quanto mais quero esquecer mais ela cria raiz

Neste mundo de ilusão nossa vida é uma estrada

A morte é o maior presente pra quem não espera mais nada

Feliz de quem já venceu a mais longa caminhada

Já não sente mais no peito as profundas punhaladas

E o punhal da saudade crava na mente cansada

A Quadrilha é uma dança das festas juninas. Há um animador que marca os momentos da dança. Os dançarinos, pares formador por casais vestidos com roupas de matutos. (camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) vão evoluindo de acordo com o chamamento do animador com uma coreografia animada ao ritmo de forró ou baião.Os festejos juninos nunca perdem o colorido das bandeirinhas e o calor das fogueiras .A modinhas mais conhecidas no Brasil são:Capelinha de Melão, Pula Fogueira e Cai,Cai balão.

Nem Mal Que Sempre Dure Nem Bem Que Nunca Se Acabe

Quadrilha

Composição: Sebastião Antunes

A solidão espalhada p´los penedos

Embrulha a alma em folhas de saudade

A noite acorda o sabor dos segredos

E traz nos dedos a cor da vontade

E só a voz da lua é que me amansa

E me adormece ao canto da gaivota

No fim do mundo o tempo quebra a dança

E o vento lança aromas de outra rota

O sol acalma como um grão de areia

E dorme enquanto espera a madrugada

Em cada noite escura há uma candeia

Em cada ceia uma fome adiada

Em cada grito há uma voz calada

Encruzilhada p´lo meio do caminho

Em cada sono há uma alma acordada

Desnorteada como um burburinho

Ouvi dizer o povo e o povo bem o sabe

Nem mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe

Mal amanhece o horizonte espreita

Enquanto espera p´lo raiar do dia

Já se adivinha o calor que se ajeita

E o chão aceita o fim da noite fria

Rir da tristeza chorar da alegria

Abrir caminhos como um peregrino

Deixar que a vida traga outro dia

Fazer folia a meias com o destino

Lia Lúcia de Sá Leitão
Enviado por Lia Lúcia de Sá Leitão em 16/11/2009
Reeditado em 26/11/2009
Código do texto: T1926661
Classificação de conteúdo: seguro
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