Noite no Cais

E lá no fundo vejo vindo aquele enorme flutuante de aço que vem cruzando o mar. Ao meu lado encontra-se o grande vagabundo Zé , um homem sisudo que não para de fumar maconha. O cheiro que exala das baforadas do velho lata-velha que no momento se encontra ao meu lado esquerdo, fede a uma mistura de álcool com peixe frito, me da náusea. Homens broncos insensatos encontram-se ao meu lado, esperando atracar o enorme Criptonita, Vulgo Navio da Morte.

_FOOOMMMMMMMM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

É de se escutar a distancias o berro deste monstro flutuante, Que barulho de Merda! Aí lata! Porque vocês chamam a porra desse navio de navio da morte?

O velho olha em minha direção, com um sorriso sarcástico, e comenta com o Zé a respeito de tais acontecimentos ocorridos outrora quando aquele mesmo navio estivera atracado ali, sem me dar muita atenção e praticamente me anulando da conversa.

Por minha vez me ponho acocorado em meu canto, e puxo dos meus velhos jeans surrados meu pequeno caderno de anotações, onde anoto minhas observações das informações obtidas ao longo do dia.

- E lá vem vindo chegando perto para atracar, os rebocadores enraivecidos puxam o navio para poder encostá-lo com leveza. Ao subir as escadas de aceso me deparo com um enorme ferro velho, com sucatas espalhadas por todo o convés e aquela tripulação com um olhar sombrio. - Me fez lembrar dos filmes hollywoodianos, que passavam na seção da tarde em minha época de ginásio.

Parado analisando tal situação precária de trabalho, juntei minhas coisas e desci o porão. Um cheiro semelhante ao bacalhau podre empestava todo o ambiente, como uma enorme latrina,

analisando tais observações, lembrei me de quando um camarada me disse coisas desses navios suspeitos, e suas infecções inexplicáveis ou seja por cortes ocasionados por ferros enferrujados, ou por insetos, com doenças bravas.

Encontrei um velho logo quando desci as pressas daquela bomba relógio, que me disse.

- Isto no meu tempo era comum, vir embarcações de outros países sem a menor fiscalização, 1920 foi uma década propícia para a devastação da população do cais. Mais Que Se Foda...

Arthur Marchesini
Enviado por Arthur Marchesini em 15/11/2009
Reeditado em 10/08/2012
Código do texto: T1925040
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