Presente de aniversário
Era a ante véspera do meu aniversário, eu acabara de “envenenar” a minha moto, tava tinindo, e lá ao longe eu via a pista de terra, trail, uma beleza, 9 curvas, lombadas, costelas, no domingo ia ferver aquilo lá.
Peguei meu capacete, e assim mesmo de bermuda fui até a pista, a uma quadra de casa, o vento levantava um pouco de poeira, afinal domingo teriam que molhá-la
para ter a competição, e com certeza eu estava nas cabeças, faria da vitória um presente para mim mesmo, seria a redenção depois de tantos anos na rabeira dos grandes da motocicleta.
Lembro perfeitamente... Quando terminou a minha rua, de asfalto, bastava atravessar a avenida e estaria no longo terreno baldio, que servia de pista há muitos anos.
A esquerda uns 5 meninos me deram com a mão, comecei a atravessar a avenida, mas e depois?
A poeira, o cheiro de gasolina, o fogo, os gritos desesperados dizendo... Frouxem a lataria pra tirar ele...
Ele ta queimandooooo, rápidooo.
Pessoas correndo para um lado e para outro, eu juro que ali deitado com as pernas presas na lataria do caminhão, pude ouvir minha mãe gritar pra eu não ir embora...
Mas eu não sabia ir pra onde, eu só queria testar a minha máquina, porque o desespero?
A última manifestação sonora foi a de uma sirene, que veio e parou ao meu lado, uma fumaça branca veio da direção daqueles carros vermelhos e como se flutuasse afastei-me de todos, mas o engraçado é que eu estava no alto e me via preso e queimado embaixo do caminhão e a minha pobre moto aos pedaços...
Ah! Sim, alguém falou alguma coisa no ouvido da minha mãe, depois ela deitou no colo dessa pessoa e a levaram para o carro vermelho.
Todos os meus amigos choravam de onde estava percebia que eu estava vivo, e não tinha mais ligação com meu corpo ali inerte, pouco a pouco, a imagem diante de mim foi esvaecendo, até que ao meu lado uma grande luz tomou o lugar de tudo que eu via anteriormente, de cada lado os carinhosos abraços de seres iluminados que me conduziram para um grande jardim, mas nada se compara ao que se vê na terra.
Do fundo do imenso jardim, ouvi algo semelhante ao ronco de uma moto, e a luz foi se tornando cada vez mais forte, e o som cada vez aproximando-se mais e mais até que... Uma fina mangueira foi a primeira visão que tive dentro do CTI, meu corpo estava envolvido em uma pomada por causa das queimaduras, adormeci... Quando novamente acordei, o sorriso da minha mãe me devolveu definitivamente a consciência de que estava na terra.
Hoje eu sei onde está Deus, e sei que ele nos aguarda em qualquer momento das nossas vidas!
xxeasxx
Era a ante véspera do meu aniversário, eu acabara de “envenenar” a minha moto, tava tinindo, e lá ao longe eu via a pista de terra, trail, uma beleza, 9 curvas, lombadas, costelas, no domingo ia ferver aquilo lá.
Peguei meu capacete, e assim mesmo de bermuda fui até a pista, a uma quadra de casa, o vento levantava um pouco de poeira, afinal domingo teriam que molhá-la
para ter a competição, e com certeza eu estava nas cabeças, faria da vitória um presente para mim mesmo, seria a redenção depois de tantos anos na rabeira dos grandes da motocicleta.
Lembro perfeitamente... Quando terminou a minha rua, de asfalto, bastava atravessar a avenida e estaria no longo terreno baldio, que servia de pista há muitos anos.
A esquerda uns 5 meninos me deram com a mão, comecei a atravessar a avenida, mas e depois?
A poeira, o cheiro de gasolina, o fogo, os gritos desesperados dizendo... Frouxem a lataria pra tirar ele...
Ele ta queimandooooo, rápidooo.
Pessoas correndo para um lado e para outro, eu juro que ali deitado com as pernas presas na lataria do caminhão, pude ouvir minha mãe gritar pra eu não ir embora...
Mas eu não sabia ir pra onde, eu só queria testar a minha máquina, porque o desespero?
A última manifestação sonora foi a de uma sirene, que veio e parou ao meu lado, uma fumaça branca veio da direção daqueles carros vermelhos e como se flutuasse afastei-me de todos, mas o engraçado é que eu estava no alto e me via preso e queimado embaixo do caminhão e a minha pobre moto aos pedaços...
Ah! Sim, alguém falou alguma coisa no ouvido da minha mãe, depois ela deitou no colo dessa pessoa e a levaram para o carro vermelho.
Todos os meus amigos choravam de onde estava percebia que eu estava vivo, e não tinha mais ligação com meu corpo ali inerte, pouco a pouco, a imagem diante de mim foi esvaecendo, até que ao meu lado uma grande luz tomou o lugar de tudo que eu via anteriormente, de cada lado os carinhosos abraços de seres iluminados que me conduziram para um grande jardim, mas nada se compara ao que se vê na terra.
Do fundo do imenso jardim, ouvi algo semelhante ao ronco de uma moto, e a luz foi se tornando cada vez mais forte, e o som cada vez aproximando-se mais e mais até que... Uma fina mangueira foi a primeira visão que tive dentro do CTI, meu corpo estava envolvido em uma pomada por causa das queimaduras, adormeci... Quando novamente acordei, o sorriso da minha mãe me devolveu definitivamente a consciência de que estava na terra.
Hoje eu sei onde está Deus, e sei que ele nos aguarda em qualquer momento das nossas vidas!
xxeasxx