"A RAINHA E O MINISTRO" Conto de: Flávio Cavalcante

A RAINHA E O MISNISTRO

Conto de:

Flávio Cavalcante

Toda uma preparação para a chegada mais nobre do lugar. Foi aquela festa. Ninguém havia visto algo igual na região. Afinal de contas era a primeira vez que o ministro ia ter uma majestade em sua casa. Exclusivamente para ele.

Como ele fazia parte do congresso nacional, convidou todos os parlamentares para participarem da festa. Todos estavam entusiasmadíssimos e resolveram prestar uma bela homenagem à realeza que estava preste a chegar. O que ele pretendia mesmo era ganhar mais um cartaz perante o povo e ganhar fama para se reeleger nas próximas eleições.

Cada dia que passava era um turbilhão de coisas que envolviam a sua mente. O dia foi se aproximando e o planalto estava num verdadeiro caos de tormento e nervosismo. Os parlamentares estavam uma pilha de nervos. Todos eles se prontificaram para esperar a vossa majestade no aeroporto, mas o ministro, não aceitou, pois queria fazer algo diferente para impressionar a rainha.

Marcou uma reunião afim de catar idéias. Como eles poderiam recepcionar a rainha no aeroporto de forma diferenciada e chamativa?

Cada um deu sua idéia. Cada uma mais mirabolante que outra e o ministro reprovava até mesmo pensamento quanto mais as opiniões dos parlamentares. Cogitaram até pegá-la de fusca, pois, seria uma forma de mostrar pra a majestosa que no país ainda se cultiva o carro popular. Mas teve um deputado que falou. FUSCA, NÃO... ELE É MUITO IMPRENSADO E DE QUALQUER FORMA POLUI O AMBIENTE. TEMOS QUE DAR BONS EXEMPLOS AQUI. Concordância geral. Até aplausos houve nessa hora.

Depois de tantas idéias formadas e nem uma concretizada, uma senadora já cansada de guerra. Raposa velha também na área da política, levantou o dedo pedindo a palavra, que foi concedida de imediato. “QUE TAL FÕSSEMOS BUSCAR A RAINHA VOANDO NUMA VASSOURA?” Gargalhadas no cenário da política foi geral. Apelidaram a tal de bruxinha bondosa. E causou raiva no ministro que achou que a sua colega estava ironizando e não estava levando a sério o que o ele falava.

O dito parlamentar voltou pra casa e não conseguiu dormir. Andava que só uma múmia. Fumava algumas carteiras de cigarros acompanhados de algumas garrafas de café. Mas foi exatamente um comprimido pra nervos que o levou a dormir quase vinte e quatro horas.

Acordou depois que todo o senado e polícia estarem procurando-o e nada de encontrar. Acordou, dizendo que já sabia como ia recepcionar a rainha de forma diferente. Segundo ele ao dormir, um anjo do senhor veio e lhe avisou. Todos se reuniram para saber qual foi o anjo e que maneira ele arrumou pra ir recepcionar a rainha tão esperada.

O tumulto estava muito grande. Mas uma vez a raposa velha; ou melhor dizendo a senadora anosa, resolveu dar o seu parecer novamente. “POR QUE NÃO VAI BUSCAR A RAINHA DE JEGUE?” Mais gargalhadas do plenário. Dessa vez o ministro internou-a num hospício e ordenou que só deixasse ela sair quando a raiva tivesse voltado pra sua terra.

Todos pressionaram o ministro pra ele de uma vez por todas falar, a estratégia que ele tinha pra pegar a Rainha no aeroporto. UM ANJO ME FALOU, COMO EM CONTOS DE FADA. VOU BUSCAR A RAINHA DE CHARRETE.

Charrete?

Todos responderam num só tom.

Uma frota de cavalos bem á frente da rainha e eu como o príncipe do lado dela mostrando toda a paisagem. Ninguém concordou, mas, como a idéia de trazer a rainha partiu dele, deixaram as coisas acontecerem conforme o anfitrião queria.

Finalmente aconteceu a hora da rainha desembarcar. Todos estavam a sua espera. Uma verdadeira festa para recepcioná-la. Até uma fanfarra marcava a presença na festa.

Chega a Rainha de forma muito simples. Achou tudo muito estranho. Aliás, ficou sem entender nada. O ministro subiu na charrete e delicadamente segurou a mão da rainha, parecendo um gentleman. Seguiram viajem para a residência do ministro. No meio do caminho. Um dos cavalos, que estava mais próximo da realeza, levantou o rabo e solto um gás sonorizado e fedegoso na cara da vossa majestade. O ministro não agüentando o mau cheiro levou a sua mão ao nariz e sem perceber que a rainha o olhava atentamente, como quem não estava nada satisfeita.

Ele mostrou a cidade. Ali ele tinha deixado de ser o ministro e passou a ser uma espécie de guia de turismo. De repente o cavalo mais uma vez soltou outro fedegoso e dessa vez bem na cara da rainha... O ministro muito sério, chicoteou o animal e morto de vergonha falou pra rainha. Majestade... Por favor, desculpa-me... A culpa é toda minha. Eu assumo a irresponsabilidade! Desculpa este ato tão impensado. Ás vezes bicho não pensa, a senhora sabe... A rainha gargalhou.

MAS NÃO TEM PROBLEMA NENHUM... EU JURAVA QUE TINHA SIDO O CAVALO.

Ele acabou num beco sem saída e ficou sem graça até a volta da tal realeza. Ele não ganhou eleição e nunca mais chamou nenhuma personalidade para visitar o local.

- FIM -

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 03/11/2009
Código do texto: T1902164
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