Cilada - Um Conto Bem-Humorado...

Um dia, não muito tempo atrás, conheci alguém e daquele momento em diante..

Desejei intensamente um motivo para não me arrepender de ter voltado ali naquela festa. Era a única coisa que me vinha à mente no momento, após ter presenciado o acontecido que viraria noticia dentre todos os jovens de nosso circulo de amizades.

Uma noite para não esquecer jamais.

Nós estávamos tão felizes, brincávamos e ríamos livremente sem a menor preocupação com o futuro. Mas tinha que acontecer algo para mudar isso, não é mesmo? Como sempre, tinha sim!

Saí com uma das amigas, Dira, para dar uma volta do lado de fora do salão. Havia várias barracas de pescaria, brincadeiras de argolas, correio elegante. Era a quermesse que mais esperávamos o ano inteiro. E nós duas, para variar, não ficávamos fora desta diversão. No auge de nossos doze anos, nenhuma de nós pensava em namorar ou uma simples paquera, como se dizia na época. Queríamos aproveitar tudo e principalmente nossa pré-adolescência. Afinal, teríamos tempo para namoro no futuro.

Para que ter pressa, não é mesmo?

Em meio a tantas brincadeiras, jamais me passou pela cabeça que alguém poderia me fazer ser o centro de uma delas, ou melhor, não pensei que seria personagem principal da história que viria acontecer ao retornar àquele salão onde todos estavam reunidos a espera que o sorteio começasse.

Foi assim que começou meu tormento e descobri que era uma pessoa muito tímida...

Estávamos na barraca de pescaria quando meu irmão veio nos chamar dizendo que um de nossos amigos me esperava lá dentro. Estranhei muito, mas sem malicia para qualquer coisa, fui ver o que ele queria. Chegando à mesa onde o grupo de garotos estava reunido, inclusive meu irmãozinho adorado, cumprimentei todos e perguntei o que ele queria me dizer de tão importante.

Santa inocência!

Até meu irmão participaria desta cilada? Quanta maldade!

Os garotos riam e ao mesmo tempo diziam: “Fala! Ela está aí, agora fala!”.

Fiquei meio sem graça, mas esperei para ouvir o que era.

Com um jeito tímido, querendo sorrir, porém, sem conseguir disfarçar o nervosismo. Ele me olhou, abaixou a cabeça e disse: “Eu queria saber se você quer namorar comigo!”.

Foi o suficiente para que os garotos caíssem na risada.

Assustada com a gargalhada geral, perguntei a ele o que ele havia dito.

Em meio ao riso de todos ali, o pobre coitado repetiu ainda sem jeito: “Eu queria saber se você quer namorar comigo!”.

Devo ter ficado pálida, me apoiei em uma das mesas para não cair ali mesmo, fiz isso com tanta força que acabei apertando o dedo dele no espaço que havia entre elas.

Nossa! Que mico gigantesco!

Na verdade, acho mesmo que foi um king kong! kkkkk...

Eu só conseguia ouvir as gargalhadas de todos em nossa volta, e olhava para ele aguardando minha resposta.

Eu não sabia o que responder, era uma menina, apenas uma garotinha que naquele momento se sentia assustada. E não acreditava no que estava ouvindo e acontecendo.

Vê-lo com aquele olhar de “pidão”, como se implorasse por uma resposta breve, senti uma imensa vergonha, fui da palidez ao vermelho vivo...kkkk..Essa foi boa!

Olhei para ele, e apenas disse: Aff!! Eu heim?!

Virei as costas, saí correndo apavorada e a Dira, coitada, atrás de mim sem entender nada.

De longe nós conseguíamos ouvir a turma rindo e tirando sarro do pobre coitado.

Gente!! Foi triste demais!

Fiquei anos sem passar perto dele. E o garoto? Este então, nem se aproximava de mim.

O pior de tudo, foi que cinco anos mais tarde, acabamos namorando e ríamos muito deste episódio...

Ele soube esperar!!! Ah, soube sim!!

Mas uma cilada como esta, nunca mais...kkkkk.

Fim!!

SanMara
Enviado por SanMara em 31/10/2009
Reeditado em 31/10/2009
Código do texto: T1896756
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